A qualificação ditou desde logo que o fim de semana ia ser difícil. Miguel Oliveira não foi além do 18.º lugar no primeiro dia do Grande Prémio de San Marino e soube logo à partida que, para chegar aos pontos na sprint ou na corrida, teria de realizar autênticas exibições de recuperação. Algo que não aconteceu na primeira tentativa, mas aconteceu na segunda.

Ainda este sábado, depois de ter chegado a rodar no último lugar de uma corrida sprint que Jorge Martín venceu, o piloto português não foi além da 15.ª posição e não escondeu que teve de sofrer muito para conquistar esses três lugares. “Foi uma qualificação difícil e uma corrida também difícil. Sabíamos desde ontem à tarde que as coisas iam ser complicadas. Não faço ideia do porquê de termos tido tantas dificuldades nesta pista, que até tem muita tração. Já só queria preparar a corrida de amanhã. Fiz um bom arranque, mas, na terceira curva, o Pol Espargaró cometeu um erro, eu fiquei do lado de fora e metade da grelha passou-me. A partir daí o jogo acabou”, começou por dizer.

Começou mal, melhorou um pouco, não deu para mais: Miguel Oliveira em 15.º na corrida sprint no GP de San Marino

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“Ainda recuperei um pouco o ritmo e concentrei-me em terminar. Foi mesmo difícil chegar ao final, porque o calor que recebemos da mota é muito. A mota ficou mais exigente fisicamente com a aderência deste circuito e estava mesmo muito calor”, acrescentou o português, que nos últimos dias teve a confirmação de que vai trocar a Trackhouse Racing pela Pramac Yamaha nos próximos dois anos de MotoGP.

Este domingo, Pecco Bagnaia voltava a arrancar na pole-position e tinha como objetivo não permitir nova vitória de Jorge Martín e recuperar alguma desvantagem para o espanhol na classificação geral do Campeonato do Mundo. O italiano conseguiu segurar a liderança no arranque, enquanto que Jorge Martín saltou desde logo para o segundo lugar e Marco Bezzecchi caiu do pódio, deixando Franco Morbidelli na terceira posição. Mais atrás, Miguel Oliveira caiu para 19.º nas primeiras voltas.

A chuva cada vez mais intensa que ia caindo em San Marino começava a fazer as suas vítimas e tanto Pedro Acosta como Franco Morbidelli saíram de pista, sendo que o primeiro conseguiu voltar à pista no último lugar e o segundo acabou mesmo por desistir, deixando Enea Bastianini no pódio. Mais atrás, Miguel Oliveira procurava inverter a própria situação e ia escalando posições e aproveitando as quedas, subindo a 16.º.

O piso cada vez mais molhado levou alguns pilotos a trocarem de mota para assumir os pneus de chuva, com Marc Márquez a aproveitar para assumir a liderança da corrida e Miguel Oliveira a fazer o mesmo no seu campeonato, subindo a 11.º. Jorge Martín perdeu a vitória com uma estratégia falhada, já que ficou claro que a chuva não era suficiente para os pneus que tinha acabado de montar e teve de voltar a parar para inverter a decisão, algo que aconteceu com vários pilotos.

Já nada mudou na liderança até ao fim, com Marc Márquez a segurar a insistência de Pecco Bagnaia e a ganhar o Grande Prémio de San Marino: ou seja, juntando ao triunfo em Aragão há uma semana, a carimbar duas vitórias consecutivas pela primeira vez em três anos. Já o italiano da Ducati, apesar de ter falhado novamente a vitória, reduziu desvantagem para Jorge Martín, que foi apenas 15.º, enquanto que Enea Bastianini fechou o pódio. Miguel Oliveira, que fez as últimas voltas praticamente a rodar sozinho, foi a melhor Aprilia do dia e terminou em 11.º, resgatando cinco pontos.