Depois de a ministra da Justiça convocar uma conferência de imprensa para esta terça-feira, para pela primeira vez tomar uma posição pública sobre a fuga de cinco presos de Vale de Judeus, o diretor dos serviços prisionais garante que só sai se for essa a decisão da tutela.

Em declarações ao Observador, já depois de o ministério de Rita Júdice anunciar a convocatória, Rui Abrunhosa Gonçalves reitera a decisão de continuar em funções: “Mantenho-me no meu posto enquanto a tutela assim entender.”

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No domingo, questionado sobre a fuga e a permanência de Rui Abrunhosa no cargo, o Ministério da Justiça disse ao Observador que tinha solicitado “informações” aos serviços responsáveis pela gestão das prisões e que esperava que esses dados fossem disponibilizados em “breve”. Só depois de ter acesso a essa informação — cujo âmbito não especificou — a ministra tomaria “decisões” sobre a fuga, referiu o gabinete de Rita Júdice.

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Agora, o diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais explica que os dados solicitados por Rita Júdice vão ajudar a “apurar responsabilidades” sobre a fuga do último sábado. Independentemente dessas informações, Rui Abrunhosa não sai: “Mantenho-me no meu posto enquanto a tutela assim entender”, diz o responsável pelas prisões.

Já no domingo, numa conferência de imprensa do Sistema de Segurança Interna em que estiveram presentes, além de Abrunhosa, responsáveis da Polícia Judiciária, PSP e GNR, o diretor das prisões disse que não saía. “Não é a minha maneira de ser, nem de estar, assumir que à primeira contrariedade iria desistir”, afirmou, para depois concretizar: “Eu não desisto facilmente.”

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