A ministra da Justiça descreveu esta tarde a linha temporal da fuga no sábado de cinco reclusos da prisão de Vale de Judeus, em Alcoentre. O relato de Rita Júdice, na primeira conferência de imprensa desde a fuga, tem por base um relatório preliminar — classificado como confidencial pelo Ministério da Justiça — sobre os acontecimentos cujo conteúdo foi revelado esta terça-feira pela ministra.

Entre as novidades está o facto de a fuga ter sido detetada por dois guardas prisionais em simultâneo, um dos quais estava num carro que circulava dentro do perímetro da prisão. Rita Júdice revela que a fuga demorou seis minutos, foi detetada mais de uma hora depois e só foi comunicada à GNR ao fim de 83 minutos.

Esta é a linha temporal da fuga:

9h55Começa a operação para a fuga dos cinco reclusos, com a entrada no perímetro da prisão de três indivíduos no perímetro externo de Vale de Judeus.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

9h57: É o momento em que se inicia a fuga, segundo o relatório. O último recluso a fugir ultrapassa a vedação exterior da prisão às 10 horas e 1 minuto, ou seja, a fuga demorou seis minutos.

11h00: A fuga é detetada por dois guardas, quase em simultâneo. Um dos guardas estava no Pavilhão de Vale de Judeus, o segundo guarda circulava num carro no perímetro interior quando se deparou com a presença de uma escada.

11h04-11h08: É dado o alerta a toda a corporação.

11h10: O diretor da prisão de Vale de Judeus é informado da fuga.

11h18: Chega o Alerta à GNR.

11h19: A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) é informada da fuga.

12h00: O Diretor da prisão de Vale de Judeus confirma à DGRSP a fuga e a identidade dos cinco reclusos.

Entre as manobras de aproximação dos cúmplices externos, às 9h55, e a deteção da fuga, às 11h, decorreram 65 minutos. Entre o início da fuga e a comunicação ao órgão de polícia criminal competente (no caso, a GNR) passaram 83 minutos.

Vale de Judeus. PJ e PSP avisadas três horas depois: demora pode ter permitido fuga de centenas de quilómetros