Os Hospitais da Universidade de Coimbra vão passar a ter estacionamento pago para utentes a partir de outubro, num plano de mobilidade que prevê mais 1.200 lugares de estacionamento, afirmou esta terça-feira o presidente da Unidade Local de Saúde (ULS).

A ULS de Coimbra estima que até ao fim de outubro o estacionamento dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) irá passar a ser pago para os utentes, já os funcionários poderão aceder ao mesmo sem pagar até ao final de 2025, quando o Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) estiver a funcionar em pleno, altura em que o estacionamento para os trabalhadores também deixa de ser gratuito (com possibilidade de modalidades de avença), disse à agência Lusa Alexandre Lourenço.

“Esta é a última instituição hospitalar de grande dimensão que tem parque de estacionamento gratuito”, notou o responsável, considerando que o atual estacionamento nos HUC “é gratuito, mas selvático”.

O plano de mobilidade da ULS de Coimbra estima um aumento de cerca de 1.600 lugares de estacionamento, contabilizado HUC, Pediátrico, Bloco de Celas e Covões, passando de cerca de 3.200 lugares para 4.800, a maioria dos quais no seu polo principal, os HUC, que irá sofrer o maior aumento, para quase o dobro (de 1.592 lugares para 2.856), avançou o presidente daquela entidade.

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Segundo Alexandre Lourenço, tecnicamente, deveriam existir cinco lugares de estacionamento para cada cama dos HUC (que tem cerca de mil camas), salientando que, mesmo com este plano, passará a haver cerca de três lugares para cada cama.

“Há um constrangimento enorme na forma como as pessoas se movimentam para os Hospitais da Universidade de Coimbra”, notou, recordando que, com a construção da nova maternidade num atual parque de estacionamento com 400 lugares, a situação tornar-se-ia ainda “mais caótica”.

Apesar de estar previsto um reforço substancial do estacionamento, o mesmo será feito com recurso a estruturas metálicas amovíveis, que podem ser aumentadas, reduzidas ou retiradas, em função da evolução da utilização de transportes públicos e mobilidade suave por parte de utentes e funcionários, explicou.

A instalação dessas estruturas metálicas é relativamente rápida e será feita numa parceria com o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais, que ficará responsável pelo investimento, que será autofinanciado com a cobrança do estacionamento, disse à Lusa o responsável.

Alexandre Lourenço, que se desloca de bicicleta elétrica para o hospital, assume como objetivo que um em cada quatro trabalhadores (há sete mil só nos HUC) utilize meios de mobilidade suave ou transportes públicos até 2030.

Para isso, o presidente da ULS de Coimbra entende que a entrada em funcionamento do Metro Mondego também poderá contribuir para essa mudança.

No âmbito do plano, está também previsto uma melhoria e aumento da capacidade de estacionamento para bicicletas e trotinetes.

Para reduzir o trânsito e fluxo de carros nos hospitais, a ULS de Coimbra pretende também diminuir o número de deslocações aos hospitais por parte dos utentes, nomeadamente apostando na telessaúde e telesseguimento de doentes e concentração de diferentes consultas para um mesmo dia, apontou.

Além do controlo de estacionamento, o plano de mobilidade prevê ainda uma intervenção nos passeios por forma a combater o estacionamento abusivo e ilegal, avançou.

Dos parques de estacionamento amovíveis, serão criados inicialmente três, um previsto para o espaço onde está atualmente o campo de jogos da Casa do Pessoal (com a intenção de criar um campo de jogos noutra localização do campus hospitalar), outro junto à entrada pela rua Afonso Romão e um junto à entrada principal, assim como o rearranjo de um parque de estacionamento já existente.

Há outros dois parques de estacionamento previstos, mas ficam dependentes da evolução da procura e das necessidades, afirmou.

As novas estruturas metálicas estarão prontas progressivamente ao longo de 2025.