O Governo recomenda a proibição do uso e da entrada de telemóveis nas escolas para o 1.º e 2.º ciclos, revelou o ministro da Educação, Fernando Alexandre. A recomendação foi aprovada esta quarta-feira num Conselho de Ministros dedicado quase exclusivamente ao tema da Educação.

Até agora apenas 2% dos agrupamentos de escolas proibiram a utilização de smartphones nas escolas, mas o Governo acredita que mais estabelecimentos de ensino devem seguir esta medida. “Hoje temos muitas evidências de que a utilização de smartphones pode ser não uma vantagem, mas uma desvantagem para as aprendizagens e que em determinadas idades o uso do smartphone pode deteriorar o bem-estar das crianças”, sublinhou durante a conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros.

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O governante justificou a recomendação com o aumentou do número de escolas em vários países europeus que regulam, restringem ou proíbem o uso de smartphones, seja por iniciativa das escolas ou por orientação governamental. Exemplo disso é o projeto-piloto em França que proíbe smartphones em todo o ensino básico em 199 escolas.

A recomendação de que todas as crianças até aos 12 anos fiquem impedidas de utilizar estes equipamentos nos recreios e salas de aula diz respeito a este ano letivo e será alvo de avaliação. “No próximo ano letivo decidiremos se ela tem de ser mais restritiva, se funcionou ou não”, indicou Fernando Alexandre.

No caso dos alunos do 3.º ciclo, entre os 12 e 15 anos, o Governo recomenda apenas que as escolas implementem medidas para desincentivar o uso de smartphones. “Neste caso entra a autonomia da escola”, explicou Fernando Alexandre.

No caso do ensino secundário recomenda-se o envolvimento dos alunos na construção conjunta de regras para a utilização responsável de smartphones nos espaços escolares. “É importante que haja estratégias dentro das escolas para que os telemóveis sejam utilizados de uma forma responsável e que beneficie o ambiente escolar e o desenvolvimento dos jovens”, destacou.