O Comissário da polícia de Nova Iorque (NYPD), Edward A. Caban, demitiu-se esta quinta-feira na sequência da apreensão do seu telemóvel no âmbito de uma investigação criminal. A Câmara Municipal foi alvo de quatro investigações federais apontadas a altos funcionários, mas os advogados de Caban garantem, que o ex-comissário não está entre os suspeitos. No centro da investigação estará a suspeita de que altos dirigentes políticos de Nova Iorque terão recebido pagamentos ilegais para beneficiar os interesses do governo turco na cidade.

Num email direcionado ao departamento, citado pelo New York Times, Caban revelou que as investigações criaram uma “distração dentro da força” e que toma a decisão “pelo bem da cidade e do departamento”. O Comissário foi escolhido para gerir o maior departamento policial do país, há pouco mais de um ano, pelo presidente da Câmara de Nova Iorque, Eric Adams.

Adams prestou declarações esta quinta-feira, para esclarecer a demissão e nomeou um substituto interino: Thomas G. Donlon, o ex-chefe do centro nacional de ameaças antiterroristas. Revelou ainda ter ficado “surpreendido com as investigações e que as enfrenta com muita seriedade”.

As quatro investigações federais lançadas resultaram em diversas buscas e apreensões, são direcionadas especialmente aos cargos mais importantes da autarquia, excluindo, no entanto, o agora ex-Comissário, segundo relatam os seus advogados. Porém, os procuradores federais não revelaram o intuito das investigações, apenas que vários membros do conselho de Adams foram sujeitos a apreensões.

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O que se sabe até agora é o seguinte: uma parte da investigação está focada em Eric Adams e na sua equipa de campanha, sob suspeitas de conspiração com o governo da Turquia para receber doações ilegais em troca de um novo consulado em Manhattan; os outros dois focos estão no topo da hierarquia da autarquia e na administração da força policial.

Do lado da investigação a Caban, o New York Times avança que o Serviço de Impostos Interno (IRS) está envolvido, especificamente com um negócio do seu irmão gémeo. James Caban, um ex-agente da polícia que foi despedido em 2001, é o dono de uma empresa de segurança de discotecas e também teve o seu telefone apreendido.

Nenhum dos alvos das investigações foi, até agora, acusado de algum crime.