A Direção-geral da Saúde e Direção-geral da Educação publicaram um guia com dez recomendações para uma alimentação saudável para os alunos que estão de regresso às aulas, a partir desta quinta-feira, apresentando os grupos de alimentos que devem ser privilegiados na lancheira.

O guia com 14 páginas foi desenvolvido pelo Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde (DGS), em conjunto com a Direção-Geral da Educação (DGE), e tem como destinatários os pais e encarregados de educação.

De nome “10 (+1)”, o guia elenca dez dicas práticas para uma alimentação saudável neste regresso às aulas, sendo que o “(+1)” é uma referência à educação das crianças sobre boas práticas nutricionais, fator fundamental para uma “relação positiva com a alimentação”.

“Um pequeno almoço equilibrado para começar bem o dia” é o passo de introdução à leitura do guia para uma alimentação saudável. Segundo os autores, garantir um pequeno almoço equilibrado melhora a “capacidade de concentração, memorização e raciocínio” e contribui “para o consumo diário de fruta e hortícolas”. O manual sugere ainda alimentos para comer ao início do dia.

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A segunda recomendação prioriza o consumo de água ao invés de bebidas açucaradas. O pequeno guia sugere mesmo evitar “as bebidas com açúcar e edulcorantes adicionados”, assim como limitar “a ingestão de sumos naturais”. Além de introduzir os valores de referência relativos ao consumo de água por idades, o documento oferece sugestões práticas e alerta para os sintomas da desidratação.

No tópico da fruta e dos hortícolas é aconselhado o consumo diário destes alimentos que muitas vezes são rejeitados por crianças e adolescentes. Porém, “podem ser necessárias mais de dez exposições ao mesmo alimento para que a criança o aceite e comece a apreciá-lo”, adverte o guia. A recomendação de consumo diário de cinco frutas e hortícolas é dividida entre as várias refeições do dia. “Envolver as crianças na compra e preparação das refeições” é uma forma de aumentar a “probabilidade de aceitarem provar ingredientes novos”.

A dose certa de cada alimento também é bastante realçada pelos autores do documento. No quarto passo, o manual indica que leite e derivados devem ser consumidos todos os dias, mas não ao almoço ou jantar, “uma vez que o seu teor de cálcio diminui a capacidade de absorção de ferro pelo organismo”.

As necessidades nutricionais das crianças devem andar de mãos dadas com as suas preferências alimentares, sustenta o guia de recomendações publicado pela DGS. A preparação das lancheiras revela-se “um grande desafio para muitos pais”. O manual segue com a sugestão de quais os alimentos a privilegiar e quais os que se devem evitar. Pão integral ou de mistura, iogurte natural não açucarado, fruta fresca, leite simples, queijo ou hortícolas estão listados como privilegiados, enquanto bolos de pastelaria, bolachas recheadas, chocolates e pães de leite devem ser evitados.

Neste capítulo, há ainda uma ‘checklist’ que testa os requisitos das lancheiras dos jovens.

O sal iodado é abordado no sexto passo do “10 (+1)” que refere que “uma em cada três crianças em Portugal apresenta níveis insuficientes deste mineral”. O consumo de iodo “apresenta benefícios no desenvolvimento cognitivo das crianças e jovens”.

A lista de alimentos essenciais inclui o peixe que é apresentado como uma fonte de gordura com “elevado valor nutricional” e de “fácil digestão”.

No seguimento deste guia de boas práticas alimentares, as “calorias vazias” que os alimentos processados fornecem devem ser evitadas, já que não têm qualquer valor nutricional. É ainda definida a estratégia para identificar este tipo de alimentos que muitas vezes apresentam excesso de sal e gordura.

O documento menciona as diferenças entre as necessidades energéticas de uma criança e de um adulto, sendo que, em crianças, essas necessidades dependem de peso e altura, pelo que “não é expectável que coma a mesma quantidade de comida que um adulto”. Em tom de informação adicional, o manual faz saber que “o tamanho das mãos da criança pode ser usado para estimar a porção dos componentes da refeição”.

Quase no final do documento, a juntar-se ao segredo de educar as crianças para todos os passos descritos até aqui, surge outro fator essencial para conseguir uma alimentação equilibrada: “Variar os alimentos que consumimos dentro de cada grupo de alimentos é uma das regras de ouro da alimentação saudável”.

Para concluir, é feito um incentivo às crianças para que almocem no refeitório escolar e “confiem na ‘comida da cantina'”.

O pequeno guia reconhece também “a difícil tarefa que é educar as crianças para uma alimentação saudável”, dando, por isso, algumas orientações e estratégias sobre como envolver as crianças na escolha, preparação e confeção dos alimentos.

“Embora a escola tenha um papel importante na educação alimentar das crianças e jovens, os bons hábitos alimentares começam em casa, em família”, salienta.