O escritor Elias Khoury, um dos maiores romancistas libaneses da sua geração e um defensor da causa palestiniana, morreu este domingo aos 76 anos, disseram à agência France-Presse fontes próximas da família.
Elias Khoury morreu após doença prolongada, em Beirute, onde estava hospitalizado há vários meses.
A sua obra, que aborda temas como a memória, a guerra e o exílio, foi traduzida em muitas línguas, incluindo português, francês, inglês, alemão, hebraico e espanhol.
Um dos seus romances mais conhecidos, “La porte du soleil” (Actes sud, 2002), uma epopeia que narra o drama da Nakba, a partida forçada dos palestinianos das suas terras aquando da criação do Estado de Israel em 1948, foi adaptado ao cinema pelo realizador egípcio Yousri Nasrallah.
Este livro, traduzido para “A Porta do Sol” em português, foi publicado pela Quetzal, em 2012.
Além de abordar a questão palestiniana em vários outros romances, incluindo a trilogia “Os filhos do gueto”, uma das suas obras mais recentes, também relatou a guerra civil libanesa em vários dos seus livros, incluindo “A pequena montanha” e “Yalo”.
Nascido em Beirute em 1948, foi um dos primeiros apoiantes da causa palestiniana. De 1975 a 1979, foi chefe de redação da revista Les Affaires Palestiniennes, colaborando com o poeta Mahmoud Darwich.
Foi também diretor editorial da secção de cultura do diário libanês As-Safir e chefe de redação do suplemento cultural do diário libanês An-Nahar.
Elias Khoury foi professor em várias universidades, entre as quais a Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos.
Continuou a escrever até ao “último suspiro”, apesar de ter sido hospitalizado e de estar a sofrer.
Num artigo que escreveu na cama de hospital, em julho, intitulado “Um ano de dor”, afirmou: “Gaza e a Palestina têm sido selvaticamente bombardeadas há quase um ano e estão a resistir (…), é um modelo que me ensina todos os dias a amar a vida”.