O presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros, diz que o Governo propôs a uns parceiros sociais o aumento do salário mínimo para os 860 euros e a outros o valor de 870 euros. O Executivo ainda não confirmou oficialmente qual a intenção e remeteu para as negociações bilaterais que vão iniciar-se nos próximos dias.
“Penso que o Governo já falou com uns em 870 e com outros a 860. Connosco falou em 860”, afirmou Francisco Calheiros, em entrevista ao Negócios e à Antena 1.
O acordo de rendimentos em vigor prevê que o salário mínimo suba 35 euros em 2025, para os 855 euros. O jornal Eco noticiou que o Governo iria propor cinco euros acima, nos 860 euros, mas na concertação social da semana passada o tema não foi referido pelo Executivo aos parceiros sociais. Nas declarações aos jornalistas, a ministra do Trabalho, Rosário Palma Ramalho, também não confirmou nem desmentiu os 860 euros, remetendo para as negociações bilaterais com os parceiros sociais.
Francisco Calheiros admite que, embora a Confederação do Turismo tenha concordado com os 855 euros que constaram no acordo de rendimentos assinado com o anterior governo, há margem no setor para ir além, até porque os empregadores no turismo já estão a pagar acima dos 855 euros para conseguirem atrair mão de obra. Há, porém, setores mais concretos onde a questão tem de ser bem avaliada, como o da restauração, diz.
“Nós aceitámos os 855, há um acordo de rendimentos e produtividade que diria que está cumprido a 60%, ainda falta, e portanto concordámos nisso. Agora, vamos ouvir o que o Governo está a pensar fazer para sustentar estes 860 euros”, afirmou. A confederação espera ouvir essas contrapartidas nas reuniões bilaterais que vão iniciar-se nos próximos dias. Haverá, depois, uma reunião da concertação social marcada para 25 de setembro.
Sobre os 860 euros noticiados, Rosário Palma Ramalho disse na semana passada que “o valor é completamente especulativo”. “Será negociado com os parceiros e será divulgado na altura certa. As propostas que vamos fazer serão ao parceiros apenas”, indicou. A ideia é ter o salário mínimo fechado antes da entrega do Orçamento do Estado.