A Volvo planeia colocar no mercado, até 2026, 10 novos modelos, alguns 100% novos e outros refrescados. Com isto o construtor sueco pretende alargar a sua gama, aproximando-se do número de modelos e versões actualmente disponibilizado por rivais alemães como a Audi, BMW e Mercedes que, por isso mesmo, conseguem um volume de vendas muito superior. Para dar a volta à situação, a Volvo prepara-se para lançar uma dezena de veículos 100% eléctricos e híbridos plug-in (PHEV) nos próximos dois anos.

O construtor sueco tinha previsto (e anunciado) que, a partir de 2030, iria fabricar exclusivamente veículos eléctricos a bateria, mas a evolução da procura de automóveis novos por parte dos clientes mudou e as vendas de carros eléctricos caíram substancialmente quando a Alemanha retirou as ajudas à aquisição deste tipo de modelos, apesar de manter os apoios relativos aos PHEV, a pedido dos construtores germânicos. Simultaneamente, só em 2025 é que vão chegar em força ao mercado os eléctricos pequenos e baratos, com a chegada ainda este ano dos R5 e ë-C3, a que se vão juntar depois os concorrentes de 4 metros da Hyundai, VW, Cupra e Skoda. Sem esquecer o Dacia Spring, um dos eléctricos mais comprados pelos clientes particulares.

Após pretender vender apenas veículos eléctricos em 2030, Volvo recua para acomodar híbridos

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Um dos primeiros novos Volvo a chegar ao mercado será o EX90, exclusivamente eléctrico e fabricado nos EUA, de onde é exportado para a Europa, evitando assim as taxas adicionais a aplicar aos eléctricos vindos da China. A este SUV topo de gama irá juntar-se o EX60, modelo que vai disputar o mercado com o líder das vendas, o Tesla Model Y. Também novidade será a introdução do EV60 Cross Country, um modelo com a agilidade de uma carrinha que pisca o olho a quem procura um SUV.

O construtor sueco vai também adoptar os novos motores eléctricos que está a desenvolver, mais eficientes. Se hoje a Volvo instala unidades motrizes com um nível de eficiência de 91%, as próximas que vão ser instaladas nestes veículos atingirão 93%, o que garante mais uns quilómetros de autonomia, com os ganhos a serem conseguidos, em grande parte, graças a uma redução do atrito, para assim reduzir as perdas por aquecimento.

Além dos modelos exclusivamente eléctricos, a marca escandinava vai apostar ainda nos PHEV, necessários sobretudo para o mercado alemão. Estes não serão novos, mas sim refrescados, e vão passar a usufruir dos mesmos motores eléctricos (mais eficientes) instalados nos novos eléctricos. Simultaneamente, montarão baterias maiores, para elevar a autonomia em modo eléctrico.

Com mais eléctricos a caminho, a Volvo vai necessitar de mais baterias, pelo que quer instalar na Suécia uma fábrica com capacidade para alimentar anualmente 500.000 veículos eléctricos. Mas, para que as novas instalações fabris para acumuladores sejam construídas em Gotemburgo, o Estado sueco tem de contribuir com 13 mil milhões de coroas suecas, sensivelmente 1,147 mil milhões de euros. A nova fábrica, denominada Novo Energy, resulta da joint-venture da Volvo com a Northvolt, devendo começar a produzir em 2025. Terá uma capacidade anual de 50 GWh, para servir os eléctricos da Volvo e da Polestar.