Primeiro como AJM/FC Porto, depois apenas como FC Porto com a passagem da secção para o interior do próprio clube, os azuis e brancos foram criando uma hegemonia no panorama do voleibol feminino com a conquista de quatro Campeonatos consecutivos entre outras competições nacionais e a presença nas provas europeias de clubes. No entanto, e com esse caminho de sucesso, aumentou também a competitividade. O Colégio Efanor, finalista vencido da última Liga na “negra” do quinto e decisivo jogo, o Leixões, o Sporting, o Benfica. Todos tentam encontrar forma de contornar essa predominância dos dragões e agora era de novo o conjunto da Luz a desafiar essa superioridade, depois da derrota na recente final da Supertaça Ibérica.

“A primeira impressão é que a equipa que perde, tendencialmente, tem muito mais coisas a melhorar para tentar reverter o resultado a seu favor. O primeiro ponto passa pela nossa abordagem ao jogo. É muito importante a entrada no desafio e percebermos que o jogo é longo, cada set tem uma história, e que temos de conseguir ter um controlo emocional do encontro. Foi isso que fez com que tivéssemos uma exibição muito irregular. Cada jogo tem a sua história e, consequentemente, pode ter um desfecho diferente pela forma como decorre. Será um jogo diferente”, apontara na antecâmara da final Rui Moreira, treinador que foi bicampeão nacional pelo AJM/FC Porto antes de chegar ao Benfica, recordando também a Supertaça Ibérica.

“É o mesmo adversário mas cada jogo é um jogo. De certeza que vamos encontrar novas dificuldades e teremos que ultrapassar outros desafios mas estamos preparadas para isso e temos trabalhado a contar com um novo jogo sabendo que vamos ter de lutar muito para conseguir outra vitória. O espírito da equipa é sempre o mesmo, encaramos todos os jogos com a máxima seriedade e competitividade, entramos sempre com a mesma vontade de ganhar. Trabalhamos todos os dias para chegarmos ao fim de semana o mais preparadas possível”, salientara Gabi Coelho, zona 4 que reforçou na última temporada as portistas.

Em dia de aniversário do FC Porto, e com o Pavilhão de Santo Tirso em larga maioria para os azuis e brancos, o Benfica até começou mal mas conseguiu dar a voltar e superiorizar-se com três das quatro caras novas em plano de destaque (a turca Cansu Çetin, a sérvia Veronika Dokic e a norte-americana Kyra Holt), conquistando a primeira Supertaça da história depois da vitória na Taça de Portugal de 2023/24.

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O encontro começou com o FC Porto a assumir o favoritismo teórico “empurrado” pelo apoio do público que marcou presença em Santo Tirso, com um fosso grande criado logo desde início que chegou a um máximo de nove pontos entre um despique particular entre os adeptos azuis e brancos e Kyra Holt, norte-americana que trocou as azuis e brancas pelas encarnadas este verão tal como Piu. O primeiro set terminaria de forma natural com a vitória das campeãs por 25-16, antes da resposta imediata das lisboetas que mudaram por completo o chip logo de seguida e conseguiram vencer o parcial seguinte por claros 25-19.

Voltava a ficar tudo em aberto, com o Benfica a conseguir esvaziar o ascendente portista para nivelar o jogo e fazer do terceiro set um momento decisivo para a final. Foi isso também que se foi notando nesse parcial com maior variação de lideranças entre um melhor arranque das encarnadas e uma resposta pronta das azuis e brancas até às decisões que chegaram apenas nos últimos pontos, com o FC Porto a conseguir uma grande recuperação mas as lisboetas a conseguirem mesmo fechar por 25-23. As portistas acusaram essa derrota no terceiro parcial, demorando a entrar no quarto set e deixando que as encarnadas ganhassem uma vantagem muito confortável que permitiu outra gestão até ao final para novo triunfo por 25-15.