Distinguida seis anos consecutivos no âmbito dos World Travel Awards como a Melhor Atração de Turismo de Aventura do Mundo, essa infraestrutura turística do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto reabre este sábado ao público apenas em metade da sua extensão, no troço de aproximadamente quatro quilómetros entre o Vau e Espiunca, mas o restante trajeto ao longo das escarpas na margem do rio Paiva manter-se-á encerrado durante alguns meses, até reparação integral dos cerca de 2.000 metros destruídos pelo fogo — no que se inclui a escadaria com 450 degraus a partir da Praia Fluvial do Areínho.
No município classificado como Geoparque da UNESCO foram ainda destruídas outras infraestruturas e equipamentos turísticos, como é o caso da sinalética de percursos pedestres, o que representa perdas na ordem dos 100.000 euros.
Realçando que o apuramento dos danos económicos causados pelo incêndio ainda não é definitivo, a Câmara Municipal de Arouca adianta, contudo, que, dos 5,3 milhões de euros, “o valor mais elevado diz respeito ao setor da floresta, com uma perda estimada de 2,5 milhões”.
Esse montante corresponde a cerca de 5.200 hectares de terra queimada nas freguesias de Alvarenga, Moldes, Covêlo de Paivó, Janarde, Canelas e Espiunca.
“Relativamente a habitações e anexos, não se registam danos em casas de primeira habitação, mas verificam-se estragos em cinco casas devolutas e duas de residência sazonal, assim como em palheiros e anexos de apoio”, salienta a autarquia, estimando em 750.000 euros o custo da recuperação desse edificado.
Quanto aos danos no domínio específico da agricultura, a Câmara afirma que “ainda estão a decorrer visitas aos produtores para apuramento dos danos”, mas nota que os técnicos da autarquia já estão a apoiar os proprietários no processo de comunicar os respetivos prejuízos à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.
O incêndio que deflagrou a 17 de setembro em Arouca verificou-se por alastramento a partir do município contíguo de Castro Daire, teve várias frentes ativas em simultâneo e, até ser dado como extinto, dois dias depois, chegou a envolver o trabalho simultâneo de mais de 230 bombeiros e outros operacionais.
Na mesma semana, outros concelhos das regiões Norte e Centro do país enfrentaram grandes incêndios e mobilizaram centenas de bombeiros cada. Nove pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas devido a esses fogos, que destruíram igualmente dezenas de habitações.
Segundo o sistema europeu de observação terrestre Copernicus, só entre os dias 15 e 20 de setembro foram queimados em Portugal continental cerca de 135.000 hectares e, desses, mais de 116.000 estão situados no Norte e Centro, que assim concentra a maior parte da área ardida em território nacional.
A mesma fonte indica que em 2024 já foram consumidos por incêndios quase 147.000 hectares de solo português, o que, na última década, constitui a terceira maior porção de terra ardida num único ano.