O Partido para a Liberdade da Áustria (FPÖ, sigla em alemão) venceu este domingo as eleições legislativas no país do centro da Europa. Segundo revela a primeira projeção à boca das urnas, citada pelo canal estatal ÖRF, a força partidária de extrema-direita liderada por Herbert Kickl obteve 29% dos votos. “Os austríacos fizeram história”, disse o secretário-geral do FPÖ, Michael Schnedlitz, numa reação inicial.
Em segundo lugar, ficou o partido de centro-direita, o Partido Popular Austríaco (ÖVP), liderado pelo atual chanceler Karl Nehammer, com 26,2%. Segue-se a força de centro-esquerda, o Partido Social Democrático da Áustria (SPÖ), com 20,4%.
Esta é a primeira vez que a extrema-direita vence as eleições na Áustria, país que foi governado pelos nazis desde o final dos anos 30 até ao final da Segunda Guerra Mundial.
Segundo mostra a projeção, o FPÖ elegerá para o Parlamento da Áustria 57 deputados, muito longe de uma maioria absoluta (183). Precisará, por isso, de se coligar com outros partidos, ainda que a tarefa não seja fácil, já que o centro-direita exige que Herbert Kickl não seja chanceler. Por sua vez, o ÖVP elegerá 52, enquanto o SPÖ, 40.
Nos restantes partidos, em quarto ficou o NEOS, de cariz liberal, com 8,8%. Os Verdes, que estavam coligados com o centro-direita no Parlamento, ocupam a quinta posição, com 8,7%. Os dois partidos deverão eleger 17 deputados cada um.
Relativamente a 2019, segundo a projeção, os grandes derrotados são o centro-direita, que perderá cerca de 19 deputados, e os Verdes, que obtêm menos nove parlamentares. A extrema-direita passa de 31 para 57 deputados, enquanto os liberais do NEOS têm mais dois. O centro-esquerda mantém o mesmo número de deputados: 40.