Muitos lembrar-se-ão dele no filme “Um Príncipe em Nova York” (1988). Outros em “Duro de Matar 2” (1990) ao lado de Bruce Willis. Mas foi nas icónicas séries da televisão americana “Roots” ou “Good Times” que saltou para a fama como actor: John Amos morreu hoje aos 84 anos, depois de uma longa carreira e papeis inesquecíveis que o tornaram uma figura carismática do cinema e da televisão. A notícia é avançada pela Asssociated Press.

Amos, que nasceu a 27 de dezembro de 1939, em Newark, Nova Jersey, até nem começou como ator. A sua carreira deveria ter sido no desporto. Jogou futebol americano antes de se dedicar à carreira em que se viria a destacar. A fama chegaria em 1974 ao interpretar James Evans Sr., na comédia “Good Times”, tornando-se um dos primeiros chefes de família negros retratados de maneira forte e positiva na TV americana. A sua personagem, que passava por  dificuldades económicas nos guetos de Chicago, acabou aclamada pela autenticidade e impacto social que acabou por ter, e a série ainda hoje é lembrada por abordar questões sociais como o racismo, a pobreza e a identidade social. Recebeu por essa atuação a nomeação para um Emmy.

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Depois segui-se outro marco da sua carreira. A minissérie histórica “Raízes” (Roots), lançada em 1977, na qual Amos interpreta a versão adulta de Kunta Kinte, um africano escravizado que luta para manter a sua identidade e dignidade. O papel de Amos foi crucial para o sucesso da série, que ajudou a sensibilizar o público sobre a brutalidade da escravidão e a herança afro-americana. “Raízes” tornou-se uma das minisséries mais vistas da história da TV americana e continua a ser uma referência cultural.

No cinema, John Amos também teve várias atuações muito aplaudidas. Em “Um Príncipe em Nova York” (1988), interpretou Cleo McDowell, o dono de um restaurante e pai da personagem Shari Headley, demonstrando o seu talento para a comédia, contrastando com os papéis mais dramáticos que vinha a fazer na carreira. Depois apareceu em filmes de ação como “Duro de Matar 2” (1990), ao lado de Bruce Willis.

John Amos era ainda conhecido pela defesa de causas sobre de igualdade racial e pelo seu trabalho como defensor dos direitos da comunidade afro-americana. Falava com frequência sobre a importância da representação justa e realista de personagens negros nos media.

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