A Agência Espacial Europeia (ESA) aguarda otimista que o lançamento da missão de defesa planetária Hera ocorra na segunda-feira apesar da recente falha técnica num foguetão da SpaceX que obrigou a empresa norte-americana a suspender os voos.A

“Os planos não mudaram”, afirmou esta quarta-feira aos jornalistas Ian Canelli, diretor da missão, que tem o contributo das empresas portuguesas Efacec, Tekever, GMV e FHP.

“Estamos prontos para lançar na segunda-feira”, disse, por sua vez, o diretor de voo, Ignacio Tanco.

A janela de lançamento da sonda espacial Hera, a enviar para o espaço a bordo de um foguetão Falcon 9, da SpaceX, a partir dos Estados Unidos, abre na segunda-feira às 15h52 (hora de Lisboa) e fecha em 27 de outubro.

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“A base em que estamos a trabalhar neste momento, até que chegue comunicação oficial, da SpaceX, é o dia 7 [segunda-feira]”, sublinhou Ignacio Tanco.

No fim de semana passado, a SpaceX anunciou que, após o lançamento bem-sucedido da missão tripulada Crew-9 para a Estação Espacial Internacional, o foguetão Falcon 9 teve uma anomalia.

A empresa suspendeu as atividades com este foguetão para compreender melhor a causa do problema, só podendo as operações serem retomadas após luz verde do regulador norte-americano.

A missão Hera, a primeira da ESA de defesa planetária, vai estudar em detalhe o asteroide Dimorphos, cuja órbita foi alterada em 2022 pelo impacto de uma sonda lançada pela agência espacial norte-americana (NASA), no âmbito da missão DART.

Dimorphos, satélite natural do asteroide Didymos, foi o primeiro corpo do Sistema Solar cuja órbita foi alterada pela atividade humana.

A sonda Hera pretende com os seus instrumentos, 12 ao todo, reunir dados sobre Dimorphos que comprovem que a mudança de direção da trajetória de um corpo como um asteroide é uma técnica de defesa planetária fiável.

O engenho vai igualmente estudar as propriedades dos dois asteroides e colocar na órbita de Dimorphos dois pequenos satélites que farão observações da sua superfície e pesquisas por radar, as primeiras a um asteroide.

O asteroide que a missão Hera se propõe estudar é considerado um “protótipo” dos milhares de asteroides que poderão representar um risco de colisão para a Terra.

Nesta missão, as empresas portuguesas Tekever, GMV, FHP e Efacec estiveram envolvidas no desenvolvimento de vários componentes tecnológicos e operacionais, como um instrumento com tecnologia ‘laser’ capaz de medir distâncias até 20 quilómetros, o isolamento térmico e o sistema de orientação, navegação e controlo da sonda e um sistema inovador de comunicação entre satélites, segundo informação da Agência Espacial Portuguesa.