O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, considerou esta quarta-feira que a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, “não sabe o que está a dizer” quando remete responsabilidades para as autarquias sobre a remuneração dos bombeiros sapadores.

Em declarações aos jornalistas, o autarca do Porto disse que “por desconhecimento” a ministra “atribuiu responsabilidades na matéria as municípios”.

“A senhora ministra não sabe o que está a dizer”, insistiu.

Rui Moreira fez estas declarações depois de visitar os bombeiros sapadores que desde o início de setembro estão em frente à Câmara do Porto em vigia e protesto.

Numa declaração sem direito a perguntas no Palácio de São Bento, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, mostrou-se esta quarta-feira confiante de que as negociações que estão a decorrer com os bombeiros vão chegar “a um bom termo”, mas recordou que os sapadores “dependem das autarquias” e “não do Estado”.

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“Os bombeiros sapadores que estão a manifestar-se em frente à Assembleia da República são bombeiros cujo patrão não é Estado, são bombeiros que dependem das autarquias”, afirmou aos jornalistas Margarida Blasco.

Centenas de bombeiros sapadores ocuparam esta quarta-feira a escadaria da Assembleia da República, num protesto que começou ao meio-dia, com rebentamento de petardos e queima de pneus, e começaram a desmobilizar três horas depois.

A manifestação foi promovida pelo Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS) e envolveu a participação de centenas de bombeiros sapadores de todo o país que reclamam “um aumento salarial para compensar a subida da inflação, idêntico ao que foi dado em 2023 pelo anterior Governo aos polícias, e um subsídio de risco semelhante ao que foi dado às forças de segurança.

Pedem ainda uma regulamentação do horário de trabalho, a reforma aos 50 anos e um regime de avaliação específico.

Ao longo do protesto, os manifestantes derrubaram as barreiras colocadas pela PSP.