O livro de Melania Trump será lançado na próxima terça-feira, quando falta praticamente um mês para as eleições norte-americanas. E a mulher do candidato do Partido Republicano escreveu mais do que memórias: deixa também posições políticas. Exemplo disso é o aborto, um dos temas cruciais desta campanha eleitoral e que Melania Trump defende agora publicamente. “Limitar o direito de uma mulher escolher se quer interromper uma gravidez indesejada é o mesmo que negar o controlo sobre o seu próprio corpo”, escreveu.

O jornal The Guardian avança esta quarta-feira excertos do livro que será publicado e Melania Trump é muito clara ao defender o direito à interrupção voluntária da gravidez que é, aliás, um dos temas mais relevantes destas eleições norte-americanas: “É crucial garantir que as mulheres têm autonomia para decidir se querem ter filhos, com base nas suas próprias convicções e livres de qualquer intervenção ou pressão do Governo”.

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“É um conceito muito claro. Na verdade, nascemos todos com um conjunto de direitos fundamentais, incluindo o direito de aproveitar as nossas vidas. Todos temos o direito de manter uma existência digna”, escreve ainda a mulher de Donald Trump. O candidato republicano tem, aliás, mantido ao longo desta campanha uma posição pouco clara: ao mesmo tempo que defende que a decisão deve ser tomada a nível nacional, tem referido também que cada estado deve decidir quais as leis a aplicar.

Melania Trump explica que é importante perceber que, “historicamente, a maioria dos abortos feitos durante fases mais avançadas da gravidez resultaram de anomalias fetais graves que provavelmente teriam levado à morte da criança. Talvez até da mãe”. Em defesa do direito ao aborto numa fase mais avançada da gravidez, refere ainda que “esses casos eram extremamente raros e normalmente aconteciam depois de várias consultas entre a mulher e o respetivo médico. Como comunidade, devemos abraçar esses padrões de senso comum. Mais uma vez, o tempo importa“.

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“Quando confrontadas com uma gravidez inesperada, as mulheres jovens frequentemente têm sentimentos de isolamento e de stress consideráveis. Eu, como a maioria dos norte-americanos, sou a favor da obrigatoriedade de que os jovens tenham o consentimento dos pais antes de se submeter a um aborto. Percebo que isso nem sempre possa ser possível. A próxima geração deve ter conhecimento, segurança, proteção, e o estigma cultural associado ao aborto deve ser discutido”, lê-se ainda no livro que será publicado.