O almirante Gouveia e Melo só aceitará a recondução no cargo de chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) se tiver a garantia de que haverá um forte investimento na Marinha, avança o Expresso. O CEMA tem falado na necessidade de Portugal comprar mais dois submarinos e novos navios, além dos 17 programados, nota o semanário.
Caso não tenha essa segurança até ao fim do mandato, que termina a 27 de dezembro, o militar seguirá para a vida civil e tem então um ano para ponderar uma candidatura à Presidência da República, hipótese que não tem descartado nas entrevistas recentes. No final de setembro, uma sondagem da Aximage para a CNN colocava Gouveia e Melo como o favorito dos portugueses para próximo Presidente.
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Henrique Gouveia e Melo, que coordenou a equipa responsável pelo plano de vacinação nacional contra a covid-19, tomou posse como chefe do Estado-Maior da Armada em 27 de dezembro de 2021, e está prestes a cumprir os três anos de mandato. Nos termos da Constituição, os chefes dos ramos militares são nomeados e exonerados pelo Presidente da República, sob proposta do Governo.
A recondução de Gouveia e Melo como CEMA para um segundo mandato de dois anos à frente do ramo, até final de 2026, inviabilizaria a possibilidade de uma candidatura presidencial nas eleições onde será escolhido o sucessor de Marcelo Rebelo de Sousa em Belém, em janeiro de 2026. No final de setembro, o Expresso noticiou que o Presidente da República pretendia reconduzir Gouveia ao leme da Marinha.