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Autarca mexicano assassinado e decapitado apenas seis dias depois de ter tomado posse

Recém-eleito presidente da câmara, Alejandro Arcos foi decapitado e a cabeça colocada no capô de um carro. Dias antes, fora baleado o seu secretário. Num ano, 6 políticos da região foram assassinados.

Alejandro Arcos Catalan, presidente Câmara Chilpancingo, México
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Alejandro Arcos passou os seis dias anteriores em contacto com a população local afetada pelo furacão, como se vê nesta fotografia, partilhada pelo autarca no Facebook

Facebook/Alejandro Arcos Catalan

Alejandro Arcos passou os seis dias anteriores em contacto com a população local afetada pelo furacão, como se vê nesta fotografia, partilhada pelo autarca no Facebook

Facebook/Alejandro Arcos Catalan

“Não, não recebi nenhuma ameaça”. As palavras foram ditas por Alejandro Arcos, presidente da câmara de Chilpancingo, no sul do México, na passada sexta-feira, um dia depois de o seu secretário, Francisco Tapia, ter sido morto a tiro. Dois dias depois, no domingo, Arcos foi assassinado e encontrado decapitado dentro de uma carrinha, relata a imprensa mexicana.

O homicídio de Arcos, de 43 anos, foi avançado depois de duas imagens terem circulado em grupos de mensagens no Whatsapp. Na primeira, via-se um corpo decapitado coberto com uma manta dentro de uma carrinha. Na segunda, uma cabeça, que parecia ser o autarca, pousada no capô. Pouco depois, as autoridades confirmaram que o presidente da câmara tinha sido assassinado.

Tapia, secretário do novo governo local, foi baleado três dias antes. Numa entrevista a uma rádio local no dia seguinte ao homicídio, Arcos respondia a uma questão sobre se tinha recebido ameaças que pudessem prever que também seria um alvo. “Não, não recebi nenhuma chamada, mensagens ou propostas até agora, nem recebi nenhum tipo de ameaças”, respondeu o recém-eleito autarca, citado pelo Infobae. Olhando para a sua carreira, o site destacou o seu trabalho comunitário junto da população local, mesmo antes de ter ingressado na vida política e ter sido eleito para a Câmara Municipal este verão.

Alejandro Arcos Catalan em contacto com a população numa fotografia publicada pelo autarca ainda no domingo no  Facebook

Alejandro Arcos Catalan em contacto com a população numa fotografia publicada pelo autarca ainda no domingo no Facebook

As autoridades não revelaram detalhes sobre nenhuma das investigações ou suspeitos para qualquer um dos homicídios. Porém, a BBC adianta que Guerrero é um dos Estados mais afetados pelo tráfico de drogas e pela violência perpetrada por cartéis, crimes que se refletem muitas vezes em casos de corrupção e homicídios com motivações políticas. Ao longo do último ano, a caminho das eleições locais, seis candidatos a cargos políticos foram assassinados no Estado. A estes, somam-se agora as mortes de Arcos e Tapia. Chilpancingo, uma cidade com 280 mil habitantes, fica numa rota de tráfico de droga do Pacífico e há anos que é palco de lutas entre dois gangues.

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Nas redes sociais, as reações ao crime, multiplicaram-se. “A sua perda põe de luto toda a sociedade de Guerrero e enche-nos de indignação”, escreveu no X a governadora estatal, Evelyn Salgado, prometendo intensificar as operações de vigilância e segurança na cidade.

O partido de Arcos, o PRI, também condenou o homicídio e apelou ao fim “da violência e impunidade” para “crimes cobardes”, assim como o Senador Alejandro Moreno, presidente do partido. “Funcionários jovens e honestos, que procuravam o progresso da sua comunidade”, escreveu Moreno, pedindo ao Ministério Público mexicano que assuma as investigação dos dois homicídios, devido “à situação de ingovernabilidade em Guerrero“.

Esta segunda-feira, a Presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, garantiu que o caso já está a ser investigado e que está em cima da mesa a possibilidade de este passar para o Ministério Público. Adiantou ainda que na terça-feira será reunido o Conselho de Segurança, para apresentar uma estratégia concreta que dê resposta à questão de segurança em Chilpancingo, relata o jornal Heraldo de Mexico.

Segundo publicações nas redes sociais de Alejandro Arcos, o autarca passou os seis dias em que ocupou o cargo a coordenar as equipas de emergência e resgate, procurando dar resposta aos danos causados pela passagem do furacão John na região. No domingo, horas antes de ser morto, tinha estado em Tepechicotlán, em contacto com comunidades afetadas.

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