Luís Marques Mendes está confiante que o Orçamento do Estado vai ser aprovado, mas coloca pressão nos dois lados. O ex-líder do PSD e comentador político disse esta segunda-feira na Rádio Observador que “a partir de agora já toda a gente ficaria mal na fotografia se não se chegasse a um entendimento final”. Para Marques Mendes, um não acordo é tão mau para Pedro Nuno Santos como para Luís Montenegro uma vez que “já ninguém no País perceberia uma crise se chegasse a este ponto”.

Marques Mendes acredita, no entanto, que os líderes de PS e PSD “são pessoas racionais” e que, por isso, vão encontrar uma saída”. O comentador político — que participava num programa Explicador especial sobre orçamentos difíceis em tempo de governos minoritários — diz que neste momento não está “nada preocupado”.

O ex-líder do PSD lembra que “as cedências grandes foram na semana passada” e que ocorreram “sobretudo da parte do Governo.” Para o comentador político as questões que há a resolver são “de discurso político” e não têm propriamente haver como o processo de decisão em si. Marques Mendes deixa até aos dois líderes a solução para resolver a atual situação com bom senso: “O PS comunicaria ao país que não apoiaria mais nenhuma redução do IRC. E o Governo declararia que, daqui a um ano, vai pensar o caminho a seguir. Ou deixa cair; ou continua a avançar, sabendo que o PS é contra, ou negoceia com outro parceiro.”

Sobre os Orçamentos de 1997 a 1999 — que o PSD de Marcelo viabilizou com o líder parlamentar na oposição —  Marques Mendes disse que o seu papel “foi muito pequenino” e elogiou a posição do então líder do PSD. O comentador diz que Pedro Nuno Santos teria ficado mais protegido se fizesse como Marcelo nos anos 1990 que é “viabilizar sem negociar”.

S0bre o papel de Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes diz que “o Presidente da República tem estado muito bem nesta matéria” e exercido utilizado o “magistério de influência correto, no sentido de aproximar as partes.” O também conselheiro de Estado diz que o Conselho de Estado “terá contribuído para aproximar posições”, numa “pressão que ajudou o primeiro-ministro a aproximar-se mais do PS e o líder do PS a responder com outro sentido de responsabilidade”.

Questionado sobre se um militar (como Gouveia e Melo) teria mais dificuldade em fazer a gestão política de uma crise orçamental como esta, Marques Mendes fugiu da questão: “Prefiro abster-me”.

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