Um S-70 Okhotnik-B foi abatido perto da cidade de Chasiv Yar, na região de Donetsk na Ucrânia, neste sábado, dia 5. Problema: não é um drone qualquer: russo e de última geração, não é detetado por radares e custa entre 25 e 45 milhões de euros. Dúvida: quem abateu este drone valioso, um dos três que a Rússia teria?  Vários especialistas e uma fonte ucraniana inclinam-se para que tenha sido mesmo um caça Su-57 da própria Força Aérea Russa.

Seja como for, já é um ganho para a Ucrânia. Não só o exército inimigo ficou sem uma poderosa arma, como ainda tem a oportunidade de a estudar ao milímetro. A Rússia ainda tentou impedir que a seu sofisticado e raro drone caísse nas mãos ucranianas. Mas em vão. Os destroços caíram perto da cidade de Kostyantynivka e a Rússia lançou um míssil Iskander para o local, porém as tropas ucranianas já tinham recolhido várias partes do drone, para analisar a tecnologia do S-70, tendo encontrado também evidências que o mesmo transportava uma bomba D-30SN, garante a Forbes.

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O S-70 Okhotnik-B, também conhecido como ‘Hunter-B’, é resultado de um projeto desenvolvido desde 2011 pelas fabricantes Sukhoi e Mikoyan, a mando do Ministério da Defesa russo. Trata-se de uma veículo aéreo não tripulado a rondar os 20 metros e com tecnologia de camuflagem militar, que impede que seja detetado por radares aéreos, refere o Bulgarian Military. Tem como principal função o reconhecimento tático de forma discreta, assim como poderá servir para transporte de armamento.

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Vários protótipos do Okhotnik foram testados entre 2019 e 2023, sendo que a sua produção em massa estava prevista para o segundo semestre de 2024. A utilização destes drones por parte das forças russas permitiria poupar vidas de tripulações aéreas qualificadas e difíceis de substituir, assim como dava abertura para uma folga das unidades Su-34. No entanto, várias fontes, como o Forces News, avançam que a Rússia detém apenas mais dois exemplares do S-70 Okhotnik-B. 

Uma das explicações que tem sido avançada por especialistas para o que aconteceu prende-se com o facto de o “Hunter” ter de voar ao lado de um caça Su-57 Felon.  A ligação pode ter sido perdida entre as duas naves, o operador pode ter perdido o controlo do drone e, no receio de o S-70 Okhotnik cair intacto no território ucraniano, as forças russas decidiram abatê-lo. Limitavam assim o conhecimento que a Ucrânia pudesse reter da sua tecnologia. No entanto, ainda não existe qualquer explicação para o disparo do míssil sobre a nave que é visível num vídeo muito partilhado nas redes sociais, inclusive pelos bloggers militares russos.

Os destroços recolhidos por forças ucranianas poderão ser importantes para perceber o funcionamento da tecnologia “invisível”, também utilizada pelos caças Su-57 russos. Deverão ser analisadas não só por engenheiros ucranianos, mas também da NATO e das Nações Unidas.

Texto editado por Dulce Neto