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Mau tempo. Proteção Civil registou cerca de 2.500 ocorrências. Queda de árvores, linhas de comboio condicionadas e avenida AEP cortada

Mau tempo atingiu a manhã desta quarta-feira o norte do país com maior intensidade. Avenida AEP, no Porto, esteve cortada e várias linhas ferroviárias do Norte e Centro estiveram condicionadas.

Bombeiros desimpedem a Avenida AEP, no Porto, devido à queda de uma árvore provocada pelo temporal. Porto, 09 de outubro de2024. FERNANDO VELUDO/LUSA
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Avenida AEP, no Porto, esteve cortada esta manhã devido à queda de uma árvore

Fernando Veludo/LUSA

Avenida AEP, no Porto, esteve cortada esta manhã devido à queda de uma árvore

Fernando Veludo/LUSA

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou, entre as 18h de terça-feira e as 15h desta quarta-feira, cerca de 2.500 ocorrências relacionadas com o vento forte.

Foram registadas ocorrências nos distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Guarda, Leiria, Porto, Setúbal, Vila Real e Viseu, confirmaram os comandos distritais de operações de socorro ao Observador. A maioria deve-se a quedas de árvores, assim como algumas inundações em algumas regiões.

Mau tempo: Sobe para mais de 1870 o número de ocorrências entre as 18h de ontem e as 11h da manhã de hoje

Na Guarda, a Proteção Civil registou quedas de árvores em Trancoso e Loriga. Segundo o comando distrital de Viseu, foram registadas dezenas de quedas de árvores (uma delas, em São Miguel do Mato, Vouzela, causou um ferido ligeiro e obrigou ao corte da EN16) e algumas inundações no distrito. Também em Coimbra, as ocorrências, do mesmo género, começaram no início da manhã. Em Setúbal, as autoridades confirmaram cinco quedas de árvores devido ao mau tempo.

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Escolas fechadas no Porto e em Vila Real. Camião tombou na A24

No Porto, a escola Secundária Alexandre Herculano estará encerrada durante toda a manhã devido à queda de três árvores no interior do recinto escolar, disse à Lusa fonte da autarquia. De acordo com a fonte, os trabalhos de remoção e limpeza deverão ficar concluídos durante a manhã, pelo que no período da tarde já deverá haver aulas.

Os estragos causados pelo mau tempo obrigaram também a Escola Básica e Secundária de Rebordosa, em Paredes, a suspender as atividades letivas, que serão retomadas na quinta-feira, informou o município.

“Estão a ser feitos esforços para que as aulas sejam retomadas normalmente, tão cedo quanto possível”, avançou à Lusa fonte da autarquia.

Indicou ainda que a medida foi tomada a título preventivo, “por razões de segurança”, depois de se ter observado danos no telhado de quatro salas de aula do pavilhão B.

E, em Vila Nova de Gaia, as atividades letivas na escola primária de Murracezes, em Grijó, foram suspensas devido à queda de uma árvore. No total do concelho registou-se a queda de cerca de 50 árvores, “mas sem danos de maior” e sem vítimas, indicou a autarquia.

Em Braga, a falta de energia levou ao encerramento de escolas em Moure e em Prado, concelho de Vila Verde, tendo sido anunciada a “probabilidade forte” de cheias na zona ribeirinha do Cávado.

Já o Agrupamento de Escola Doutor Bento da Cruz, em Montalegre, decidiu fechar as escolas durante o dia por precaução devido às condições meteorológicas adversas de vento forte e chuva.

Em comunicado dirigido à comunidade educativa, o agrupamento deu contou que, por causa das previsões de vento e chuva fortes, decidiu que esta quarta-feira não haverá atividades letivas nas escolas deste agrupamento.

Também a Proteção Civil de Montalegre, no norte do distrito de Vila Real, emitiu um comunicado em que informa que “não estão reunidas as condições de segurança para assegurar a realização do transporte escolar”.

O mesmo cenário em Vila Pouca de Aguiar e em Mondim de Basto, também no distrito de Vila Real, onde as escolas fecharam devido a falhas de eletricidade provocadas pelo mau tempo, informou a câmara. O município de Vila Pouca de Aguiar explicou que, por causa da falha de eletricidade, verificou-se uma impossibilidade de funcionamento da cantina e de outros equipamentos escolares.

No distrito de Vila Real, alegadamente por causa do vento forte, um camião tombou no tabuleiro da Autoestrada 24 (A24), ao quilómetro 48, no sentido Vila Real – Chaves, perto de Vila Pouca de Aguiar. O vento forte obrigou mesmo a que a autoestrada fosse cortada durante a manhã nos dois sentidos entre os nós de Vila Pouca de Aguiar e de Fortunho, em Vila Real, anunciou a GNR.

Segundo a página da internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), para esta ocorrência foram mobilizados 16 operacionais e cinco viaturas. Também a circulação na Estrada Nacional 206 (EN206) esteve muito condicionada.

Em Vila Real, uma árvore bloqueou estrada na Avenida Aureliano Barrigas e condicionou o trânsito, segundo a CNN. A cidade tem registado várias quedas de árvore.

A sul, o acesso aos pontões da Costa da Caparica (praias urbanas), no concelho de Almada, vai estar proibido entre as 15h00 desta quarta-feira e as 00h00 desta quinta-feira — uma medida que foi determinada pelo Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC) de Almada, no distrito de Setúbal. A Proteção Civil de Almada aconselha mesmo que sejam evitados passeios na praia, junto ao mar ou em zonas expostas à agitação marítima, que não seja praticada a pesca lúdica e que seja reforçada a amarração das embarcações atracadas e fundeadas.

Maioria das ocorrências foram quedas de árvores. Vários distritos sob aviso laranja

A maioria das 2.500 ocorrências a nível nacional foram quedas de árvores e no norte do continente: cerca de meia centena.“A região norte foi a mais afetada pelo mau tempo com 988 ocorrências, sendo que o maior número, 415, foi registado na Área Metropolitana no Porto com muitas quedas de árvores devido à ação do vento”, disse José Miranda, oficial de operações da ANEPC. Caiu ainda uma grua.

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De acordo com José Miranda, o mau tempo não provocou danos em habitações, mas sim em viaturas e estava a afetar às 10h a linha do Minho, em Barcelos, que se encontrava interrompida devido à queda de árvores. Pelas 14h30, foi “restabelecida a tensão elétrica no troço Vila Nova de Cerveira — Valença”, segundo a Infraestruturas de Portugal, que indica a normalização da circulação ferroviária.

“Nestas ocorrências foram empenhados 3.850 operacionais e 1.321 meios terrestres”, indicou ainda.

“Mantém-se o fenómeno de vento. O IPMA tem ainda emitido um conjunto de avisos sobretudo para precipitação, vento forte e ondulação marítima. Estes avisos, principalmente vento e precipitação, mantêm-se em vigor pelo menos até às 12h desta quarta-feira, sendo que nos distritos mais a norte o aviso é laranja para o vento”, disse.

O estado do tempo em Portugal está a ser afetado pela tempestade Kirk. Os distritos de Braga, Viana do Castelo, Porto, Aveiro, Bragança, Viseu, Guarda, Vila Real, Faro, Setúbal, Lisboa, Leiria, Beja e Coimbra. O aviso laranja é emitido pelo IPMA sempre que existe situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

O IPMA informou que a tempestade Kirk se deslocou para nordeste e passou a noroeste da Península Ibérica, após cruzar o norte do arquipélago dos Açores, tendo estado no ponto mais próximo do continente” às 7h desta quarta-feira.

Na A41, a cerca de 1,5 km da saída para a A3, no sentido Matosinhos—Espinho, um pórtico caiu no meio da via devido ao vento forte, ficando muito perto de atingir um carro.

Várias linhas ferroviárias condicionadas. Avenida AEP chegou a estar cortada

Várias linhas ferroviárias, especialmente nas regiões do Norte e Centro do continente, estiveram esta quarta-feira de manhã com atrasos na circulação de comboios devido ao mau tempo, segundo a CP — Comboios de Portugal, num comunicado divulgado no seu site. Fonte da empresa especificou à Lusa, cerca das 8h15, que se verificavam perturbações nas linhas do Douro, Vouga, Minho e no ramal de Braga. A maior parte destas situações esteve relacionada com a queda de árvores e queda de detritos para a linha, adiantou esta fonte.

No Grande Porto, o mau tempo levou ao corte da avenida AEP. Junto aos acessos ao Norte Shopping, a queda de uma árvore, provocada pelo temporal, exigiu que a avenida que liga os concelhos de Matosinhos e Porto, fosse interditada ao trânsito. Antes das 10h desta quarta-feira, no entanto, os trabalhos de corte e remoção da árvore que caiu naquele local já se encontravam em fase de conclusão e o trânsito já circulava.

À Lusa, fonte da Câmara do Porto disse que, além das árvores que caíram, foi necessário proceder de forma preventiva ao corte de outras para evitar maiores danos. Foi o que aconteceu, por exemplo, na Rua Sá da Bandeira, na Rua Guerra Junqueiro ou na Avenida Fernão de Magalhães. No total, os Sapadores Bombeiros do Porto registaram mais de 90 saídas durante toda a madrugada e início da manhã.

De facto, foram sobretudo árvores que caíram e outras estruturas que se soltaram devido às fortes rajadas de vento, que estão a provocar danos materiais, nomeadamente em viaturas estacionadas e em postos de eletricidade. Fonte da Proteção Civil de Gaia disse que nalgumas zonas do concelho, nomeadamente da Avenida dos Descobrimentos, em Gaia, por exemplo, uma árvore caiu em cima de um posto de abastecimento de eletricidade, estando aguardar-se a chegada do piquete da EDP.

Em Matosinhos, Vila do Conde e Maia, a situação é idêntica, muitas árvores caídas, estando a prever-se “o caos” na circulação do trânsito durante o dia, devido sobretudo às árvores e ramos que caem para a via pública.

 Diminui para 10 mil o número de clientes sem energia

Cerca de 10 mil clientes, sobretudo nos distritos de Viana do Castelo e Braga, estavam às 19h00 desta quarta-feira sem eletricidade devido ao mau tempo que afeta o país, adiantou a E-Redes.

“Estão repostos 98% do pico de clientes afetados, maioritariamente concentrados nos distritos de Viana e Braga”, destacou a empresa, no mais recente balanço enviado à agência Lusa.

A E-Redes destacou ainda que “estão mobilizados no terreno 800 operacionais”.

No ponto de situação anterior, a E-Redes tinha referido que cerca de 48 mil clientes, sobretudo nos distritos de Viana do Castelo e Braga, estavam às 16h30 sem eletricidade devido ao mau tempo.

A principal causa das avarias tem sido quedas de árvores e projeção de ramos que têm danificado postes e condutores, explicou. “Até esta altura, estão instalados no terreno 56 geradores para minimizar o impacto associado a estas avarias na rede elétrica”, revelou a E-Redes.

A empresa salientou que a rede está mais estabilizada devido ao abrandamento da tempestade. Mas, devido à gravidade dos danos, a reposição de energia será demorada, alertou.

“Face ao esforço das equipas no terreno, que estão a trabalhar desde as 5h00, estamos a mobilizar operacionais de outras áreas geográficas para permitirmos rotação operacional e mantermos este esforço de recuperação na reposição da energia a todos os clientes afetados”, sublinhou.

A empresa do grupo EDP, responsável pela operação da rede de distribuição de energia elétrica em Portugal continental em baixa, média e alta tensão, salientou ter ativado o Plano Operacional de Atuação em Crise às 21h00 de terça-feira, com todo o dispositivo operacional dedicado ao estado de alerta em vigor.

A falta de energia elétrica levou a constrangimentos nos centros de saúde de Ronfe e de Brito, no concelho de Guimarães, que têm estado sem energia devido ao mau tempo. A falta de energia levou ainda ao encerramento de várias escolas.

Vice-presidente da Câmara de Vila Real diz que tudo já voltou à normalidade

O vice-presidente da Câmara de Vila Real confirmou ao início da tarde que o vento forte provocou um “número significativo” de ocorrências num curto espaço de tempo, com nove viaturas e quatro coberturas de casas danificadas.

“Tivemos um número significativo de ocorrências num curtíssimo espaço de tempo. As principais ocorrências foram quedas de árvores sobre viaturas. Até agora registam-se nove viaturas danificadas”, afirmou Alexandre Favaios, num ponto de situação pelas 12h00.

Foram atingidos oito automóveis e um autocarro. A maior parte das ocorrência no concelho verificou-se depois das 7h00 e, de acordo com o responsável, a queda de árvores provocou o corte de algumas vias, como, por exemplo, na Avenida Aureliano Barrigas ou na Estrada Nacional 2 (EN2) ou em outras vias secundárias.

“Houve também algumas situações mais complicadas em coberturas de edifícios de natureza privada”, acrescentou, especificando que foram reportadas quatro destas ocorrências relacionadas com coberturas danificadas.

Durante a manhã, pelo concelho espalharam-se em operações de limpeza e de remoção das árvores cerca de 40 operacionais, entre elementos da Proteção Civil, das duas corporações de bombeiros do concelho (Cruz Branca e Cruz Verde), e sapadores florestais. “Neste momento já regressou a normalidade a Vila Real, as vias estão todas transitáveis e todas as árvores removidas e a seguir iremos apurar os prejuízos e, no mais curto espaço de tempo, recuperar o que for possível recuperar”, salientou.

A terminar, em Arcos de Valdevez, Viana do Castelo, o rio Vez galgou as margens e inundou a zona histórica da Valeta, um parque de estacionamento e uma unidade hoteleira, disse o vereador com o pelouro da proteção civil, Olegário Gonçalves.

Instalações provisórias do Centro de Saúde de Tondela encerradas

As instalações provisórias do Centro de Saúde de Tondela foram encerradas temporariamente devido ao mau tempo, e os seus serviços deslocalizados para outros locais, anunciaram a autarquia e a unidade de saúde.

Em comunicado conjunto, a Câmara Municipal de Tondela e a Unidade Local de Saúde de Viseu Dão Lafões (ULSVDL) explicaram que se trata de “uma solução transitória”, necessária para que “possam ser concluídos os trabalhos nas unidades de saúde e garantidas as condições de segurança para profissionais e utentes”.

“Enquanto esses trabalhos não forem terminados, a Unidade de Saúde Familiar (USF) de Tondela funcionará no Polo de Saúde de Molelos, privilegiando o atendimento das situações prioritárias”, avançaram, acrescentando que “quem necessitar de contactar a USF de Tondela deve continuar a fazê-lo através dos contactos habituais”.

A autarquia e a ULSVDL referiram ainda que “a Unidade de Cuidados à Comunidade (UCC) ficará transitoriamente sediada nas instalações da USF Cândido Figueiredo, em Canas de Santa Maria”, e “a Unidade de Saúde Pública estará instalada no espaço que albergou o CLDS 4G Tondela Inclusiva, na Praça da República” .

Já “as consultas de atendimento da assistente social e da psicóloga do centro de saúde decorrerão no Hospital Cândido Figueiredo”, acrescentaram.

Para que não fique comprometida a campanha de vacinação contra a gripe e a Covid-19, este serviço será prestado no Pavilhão Municipal de Tondela.

Lamentando os transtornos causados aos utentes e aos profissionais, a autarquia e a ULSVDL garantiram o empenho “em resolver a situação com a maior brevidade possível, ultrapassando os constrangimentos ocorridos”.

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