A Storming Universe, uma empresa spin-off da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, recebeu um investimento de 750 mil dólares (cerca de 687.157 euros) para desenvolver um sistema de drones para distribuição de medicamentos urgentes e transporte de sangue em zonas de difícil acesso, sobretudo dos países em desenvolvimento.

A tecnologia, desenvolvida pelo investigador nepalês Anuj Regmi, que também ocupa o cargo de CEO da Storming Universe, tem como objetivo “resolver um dos principais entraves no que toca ao acesso democratizado a cuidados médicos a nível mundial”. Desta forma, pretende “aliar um baixo custo de produção à robustez necessária” para “democratizar o acesso a cuidados médicos”.

Em comunicado divulgado esta sexta-feira, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) explica que a snip-off quer produzir um drone, recorrendo a tecnologia portuguesa, que seja “financeiramente apelativo e tecnicamente fiável para a utilização em situações críticas”.

Em agosto, cerca de oito meses após ser fundada, a empresa realizou “com êxito” um teste que permitiu fazer uma entrega no distrito de Sindhuli, no Nepal. O teste, feito em parceira com a FEUP, a Universidade da Beira Interior e a Universidade de Katmandu, “demonstrou as capacidades do drone, como também abriu novas oportunidades de investimento para a empresa”.

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De acordo com o comunicado, “num futuro próximo, a Storming Universe planeia entregar medicamentos em áreas remotas do Nepal a altitudes superiores a 5.000 metros”. “O sucesso destas missões, realizadas num país com uma geografia difícil e acesso limitado, permitirá que os drones da Storming Universe entreguem medicamentos em qualquer parte do globo”, lê-se na nota.

O investigador Anuj Regmi nota que a tecnologia poderia ligar Madrid, capital espanhola, aos Açores em “cinco horas e transportar até 500 kg de carga”. “Estes drones não só entregarão bens essenciais como medicamentos e sangue, mas também transportarão produtos locais das montanhas”, refere, acrescentando que não se trata apenas de salvar vidas, mas também de “impulsionar o crescimento económico de áreas remotas”.

A Storming Universe vê nos “aviões de carga mais pequenos” o “futuro da ligação entre cidades”: “Acreditamos que vamos atingir este objetivo até ao final de 2027”, afirma Anuj Regmi.