Desde há alguns anos que os jogos da Seleção Nacional adquiriram uma certeza: a dada altura, seja na primeira ou na segunda parte, alguém vai invadir o relvado para tentar tirar uma fotografia com Cristiano Ronaldo. E o jogo de terça-feira, em Glasgow e contra a Escócia, não foi exceção.

Já nos últimos instantes do encontro que terminou empatado sem golos, um jovem adepto escocês conseguiu escapar à segurança e correr para dentro do relvado. Foi apanhado antes de chegar a Cristiano Ronaldo, não conseguiu tirar a tão desejada fotografia e passou a noite detido na esquadra local — mas em entrevista, já após ser libertado, garantiu que não estava arrependido.

“Tinha estado à espera daquele momento toda a minha vida. Finalmente aconteceu, apesar de não ser exatamente o que eu queria. Para muitas pessoas pode não ter sido nada de especial. Mas para mim foi uma noite histórica. Depois de saber que a Escócia iria defrontar Portugal na Liga das Nações, soube que Cristiano Ronaldo viria para a Escócia. Planeei entrar em campo. Nem sequer me perguntei o que aconteceria se o fizesse”, começou por contar Hawdin Ezzat ao jornal The Scottish Sun.

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Aos 23 anos, o escocês acrescentou que correu “como um apaixonado” para “cumprir um sonho”. “Sou fã dele desde os meus seis ou sete anos. Nessa altura, só tínhamos uma pequena televisão no quarto do meu pai. Éramos muito pobres. Costumava ver imensas imagens do Cristiano Ronaldo. Eu só queria aproximar-me dele e não queria a atenção da multidão. Fui placado e ainda me dói a perna, está inchada. Mas a polícia foi fantástica. Entrei no carro deles e fiquei preso durante 12 horas. Valeu a pena, mas acho que vou ser banido de Hampden Park. Ainda não consigo acreditar. Voltaria a fazê-lo 100 mil vezes. Espero encontrá-lo um dia”, terminou.

Ora, escassos dias depois do episódio em Glasgow, Cristiano Ronaldo estava de volta à Arábia Saudita e ao Al Nassr, que esta sexta-feira defrontava o Al Shabab de Vítor Pereira. Vinda de cinco vitórias consecutivas, a equipa de Stefano Pioli procurava vencer no terreno do conjunto orientado pelo treinador português e manter-se a quatro pontos da liderança do Al Hilal, que horas antes já tinha derrotado o Al Feiha. Ronaldo era titular, assim como Otávio, Mané e Talisca, e Vítor Pereira lançava Yannick Carrasco no onze.

O marcador só mexeu já na segunda parte e dentro dos últimos 25 minutos, quando Stefano Pioli já tinha realizado três substituições. Na sequência de um canto cobrado na esquerda e depois de alguma confusão na área do Al Shabab, a bola sobrou para Laporte e o central espanhol, com uma grande execução à meia-volta, rematou para abrir o marcador (69′).

Mané aumentou a vantagem nos últimos minutos (84′), mas o golo do avançado acabou por ser anulado pelo VAR por fora de jogo. Pouco depois, a equipa de Vítor Pereira chegou mesmo ao empate através de um autogolo de Ali Alhassan (90′). Os momentos decisivos, porém, estavam por chegar: já bem dentro dos descontos, de grande penalidade, Cristiano Ronaldo recuperou a vantagem e garantiu a vitória (90+7′), sendo que Hamdallah ainda falhou um penálti para o Al Shabab no último suspiro (90+13′).

No fim, o Al Nassr venceu o Al Shabab de Vítor Pereira, somou a sexta vitória consecutiva e manteve-se a quatro pontos da liderança do Al Hilal de Jorge Jesus, sendo que volta a jogar já na próxima terça-feira e contra o Esteghlal do Irão, na Liga dos Campeões asiática.