Os equipamentos que serão instalados no hospital modular de Ponta Delgada, em renting, vão custar 10,9 milhões de euros até 2027, passando depois a pertencer ao Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), revelou hoje o Governo dos Açores.

“No total, até 2027 estamos a falar de um valor de 10,9 milhões, mais IVA, que não é um investimento perdido, na medida em que todos esses equipamentos transitarão para o novo HDES”, afirmou aos jornalistas a secretária regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi.

O Conselho de Governo, reunido na quarta-feira, na cidade da Horta, aprovou uma resolução que autoriza a despesa e contratação, por ajuste direto, do fornecimento e montagem de vários equipamentos para o hospital modular construído na sequência do incêndio que afetou o Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, no início de maio.

Em causa estão uma solução integrada de monitorização, equipamentos destinados ao bloco operatório, um sistema de ventilação, monitorização de ressonância magnética, ventilação de intensivos e uma solução transversal de ecografia.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Serão também instalados equipamentos de neonatologia, anestesia, imagiologia, material de uso clínico, pendentes de cuidados intensivos, torres de videocirurgia/laparoscopia e uma solução integrada de terapia de infusão.

Mónica Seidi explicou que a estrutura “requer ser equipada para que entre em funcionamento pleno” e disse que o sistema de renting “vai permitir equipar na totalidade o hospital modular com equipamentos de topo de gama”.

Segundo a governante, a região vai “pagar uma renda mensal” por estes equipamentos, que “engloba garantia, manutenção, formação aos profissionais de saúde, assistência técnica e um upgrade ao nível do software e do hardware”.

“Não é um investimento perdido, é um investimento que fazemos e, ao haver a transferência para o novo HDES após a sua requalificação, há a possibilidade de transportar esses equipamentos, fazer a atualização, se já existirem no mercado equipamentos mais modernos e mais capazes, sem que haja mais custos para a região”, frisou, sublinhando que os equipamentos do hospital “estavam completamente obsoletos”.

O investimento integra as despesas decorrentes do incêndio no HDES, consideradas elegíveis para comparticipação a 85% pelo Governo da República.

“A questão do hospitalar modular e naturalmente o seu apetrechamento com equipamentos está associada aos valores que a República continuará a eleger”, assegurou Mónica Seidi.

Na quarta-feira, foi publicada uma resolução do Conselho de Ministros que estabelece a transferência de um valor até 20 milhões de euros para o Orçamento da Região Autónoma dos Açores, destinada ao “restabelecimento da normalidade assistencial e à continuidade da prestação de cuidados de saúde à população açoriana no Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada”.

Segundo a secretária regional da Saúde, os equipamentos serão instalados “a breve prazo” no hospital modular, que deverá estar a funcionar em pleno “até ao final deste trimestre”.

“A nível da imagiologia, nós não temos um aparelho de TAC [Tomografia Computorizada], que atualmente é essencial para o funcionamento normal de qualquer urgência. Com a instalação de todos os equipamentos, isso tudo será naturalmente ultrapassado”, apontou.

Ainda assim, Mónica Cedi apelou aos utentes para que, em situações de “aparente doença menos grave”, se dirijam aos Serviços de Atendimento Urgente (SAU) dos centros de saúde da ilha de São Miguel.