Chegou a nova era de um dos confrontos mais emblemáticos do futebol inglês. Depois de nomes como José Mourinho, Jürgen Klopp, Antonio Conte ou Brendan Rodgers terem passado pelo sempre entusiasmante duelo entre Liverpool e Chelsea, chegou a vez de passarem o testemunho a uma nova geração de treinadores, aqui liderada por Arne Slot e Enzo Maresca. Tratam-se de dois dos técnicos mais promissores da atualidade e dois herdeiros do mítico futebol total da escola dos Países Baixos e de Pep Guardiola, respetivamente.

Antes desta partida, Slot sofreu um duro revés, já que Alisson se lesionou e era baixa confirmada para este encontro, juntando-se a Eliott e Chiesa. “O Chelsea estava em quarto lugar, tendo tido um bom começo de temporada e obtido alguns resultados muito bons. Isso não deveria surpreender. O Chelsea tem muitos bons jogadores e também terminou bem a temporada passada. Dissemos repetidamente que teríamos alguns grandes testes pela frente e este é definitivamente um deles”, assumiu o treinador na antevisão.

Os blues chegaram a esta partida com uma série de sete jogos sem perder, algo pouco visto nos últimos tempos. A novidade para este encontro prendeu-se com a recuperação de Reece James, lateral que, nos últimos dias, até foi apontado ao Benfica. “Quando parei de jogar e comecei como treinador, assisti a 38 jogos do Liverpool numa semana, para estudar e analisar o quão bons eles eram com o treinador anterior [Klopp] em termos de pressão. A forma como eles eram agressivos foi algo inacreditável. Gosto muito do Salah, não só porque ele é bom com a bola, mas porque é um jogador fantástico sem bola”, partilhou Maresca.

Posto isto, Diogo Jota foi o único português a marcar presença nos onzes iniciais, com Renato Veiga, Pedro Neto e João Félix a sentarem-se no banco de suplentes. A grande surpresa acabaram por ser as alterações promovidas pelo técnico italiano, que deixou Mudryk de fora e relegou o ex-Benfica Enzo Fernández para o banco. Como se espera de qualquer clássico, o jogo começou a um ritmo frenético, com muita luta na zona intermediária e lances de ataques rápidos. O Chelsea acabou por mostrar-se superior, dispondo de mais bola, mas não conseguiu criar perigo junto da baliza adversária.

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E acabou por sofrer. Depois de uma arrancada perigosa de Salah, Colwill carregou o egípcio em falta dentro da área e o árbitro assinalou o castigo máximo. Na cobrança, o camisola 11 enganou Robert Sánchez e inaugurou o marcador (29′). Logo a seguir, Slot sofreu nova contrariedade, com Jota a sair lesionado depois de ter chocado com Adarabioyo nos primeiros minutos. Darwin Núñez, antigo avançado do Benfica, foi chamado a jogo e até fechou de imediato o segundo golo, mas o lance foi anulado por fora de jogo de Salah (32′) e o resultado permaneceu intacto até ao intervalo.

Para a etapa complementar, Maresca lançou Pedro Neto no lugar de Jadson Sancho e o Chelsea acabou por mostrar-se mais eficaz, chegando ao golo por Nicolas Jackson, que apareceu isolado e bateu Kelleher (48′). Contudo, o empate durou poucos minutos, já que, logo a seguir, a defesa esqueceu-se de Curtis Jones e o inglês fez o 2-1 (51′). Já com Renato Veiga e Enzo em campo, os blues continuaram mais perigosos, em parte por conta das acelerações de Neto no corredor esquerdo. Slot respondeu com o ex-FC Porto Luis Díaz e os reds conseguiram controlar o desafio até ao fim e somaram um importante triunfo na Premier League.

Com esta vitória, o Liverpool manteve a liderança do Campeonato inglês, agora com 21 pontos, mais um que o campeão Manchester City e quatro que Arsenal e Aston Villa. Em sentido inverso, o Chelsea perdeu pela segunda vez e caiu para sexto, com 14 pontos, menos um que o Brighton.