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A Comissão Europeia denunciou esta segunda-feira uma “interferência e intimidação sem precedentes”, por parte da Rússia, no referendo na Moldávia sobre a adesão à União Europeia (UE), no domingo, em que venceu o ‘sim’ por uma curta margem, segundo dados preliminares.

Moldávia dá um ténue “sim” à entrada na União Europeia. Presidente denuncia que houve “fraude sem precedentes”

“Estivemos a acompanhar de muito perto as votações [de domingo], o referendo e as eleições presidenciais na Moldávia. A Moldávia é um parceiro muito importante da UE e é de assinalar que esta votação teve lugar sob uma interferência e intimidação sem precedentes por parte da Rússia e dos seus representantes, com o objetivo de desestabilizar os processos democráticos na República da Moldávia”, reagiu o porta-voz do executivo comunitário para os Negócios Estrangeiros, Peter Stano.

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“Estamos agora a aguardar o anúncio final dos resultados oficiais de ambas as votações e o anúncio dos observadores eleitorais da Comissão Central de Eleições, o que deverá acontecer esta tarde, e, depois disso, apresentaremos a nossa reação oficial”, acrescentou, falando na conferência de imprensa da Comissão Europeia, em Bruxelas.

“Obviamente que, no que toca à adesão da Moldávia [à UE], continuamos a apoiar plenamente as suas ambições, as suas aspirações e os seus esforços“, garantiu Peter Stano.

De acordo com os resultados oficiais, quando estão apurados quase 99% dos votos, os eleitores da Moldávia aprovaram a adesão à UE por cerca de 50,4% dos votos, num referendo constitucional boicotado por candidatos pró-russos.

Depois de o “não” estar a ganhar, o “sim” levou a melhor na manhã desta segunda-feira, por alguns milhares de votos, graças ao voto da diáspora.

A Moldávia, um dos países mais pobres da Europa, esperava aderir até 2030 à UE, para onde já exporta 65% dos seus produtos e de onde recebe mais de 80% do investimento direto.

As atuais autoridades, a favor da adesão, parecem ter sido prejudicadas pelo facto de a consulta popular coincidir com as eleições presidenciais, após quatro anos de queda do nível de vida devido à covid-19, ao conflito na vizinha Ucrânia e à guerra energética com a Rússia.

Também no domingo, a atual Presidente da Moldávia, Maia Sandu, de 52 anos, ficou em primeiro lugar (cerca de 40% dos votos) na primeira volta das eleições presidenciais, mas prepara-se para uma segunda volta difícil, em 03 de novembro, com Alexander Stoianoglo.