O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte defendeu esta segunda-feira que Lisboa “não tem sido, nem será, o motor do desenvolvimento do país”, após Montenegro anunciar um “grande projeto de reabilitação” na área metropolitana da capital.

Portugal precisa de uma região da capital forte, mas a sua economia não tem sido, nem será, o motor do desenvolvimento do país. Esse é, aliás, o equívoco do nosso modelo de desenvolvimento nos últimos 50 anos”, pode ler-se numa declaração de António Cunha, à Lusa.

O líder regional reagia assim ao anúncio do primeiro-ministro Luís Montenegro, no domingo, no congresso do PSD em Braga, de um “grande projeto de reabilitação da Área Metropolitana de Lisboa” (AML), que visa “erguer uma metrópole vibrante e homogénea” nas duas margens do rio Tejo.

“O Norte espera uma Política de Coesão no verdadeiro sentido da palavra”, vincou António Cunha à Lusa, pugnando por um “modelo policêntrico assente na transformação do potencial humano e económico das regiões e numa verdadeira solidariedade territorial”.

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Na intervenção com que encerrou o 42.º Congresso do PSD, Luís Montenegro fez sete anúncios em várias áreas da governação, incluindo a coesão territorial, defendendo a importância de olhar também para “os territórios de alta densidade”.

“Aqueles centros urbanos onde muitas vezes há a aparência de que há mais qualidade de vida, mas que na realidade têm pessoas na sua organização social que passam por dificuldades extremas”, disse.

Montenegro decidiu neste contexto anunciar, a partir de Braga, uma decisão sobre a AML, desenvolvido em três polos para, “de forma concertada, erguer uma grande polis com duas margens”.

Uma metrópole vibrante e homogénea que não seja como é hoje tão contrastante nas duas margens do rio Tejo“, concretizou.

Para tal, anunciou a criação da Sociedade de Gestão Reabilitação e Promoção Urbana, a que o Governo dará o nome de Parque Humberto Delgado, e que “será o instrumento para pensar, projetar e ordenar o Arco Ribeirinho Sul nos municípios de Almada, Barreiro e Seixal”.

“Um segundo polo, o Ocean Campus, entre o vale do Jamor e Algés, nos municípios de Lisboa e Oeiras”, disse.

Finalmente, o terceiro a aproveitar os terrenos que serão libertados com o fim do atual aeroporto Humberto Delgado, nos municípios de Lisboa e Loures.