O passe ferroviário de 20 euros mensais entrou esta segunda-feira em vigor, para residentes no país, nos serviços CP Intercidades (2.ª classe), Regionais, InterRegionais (2.ª classe), Urbanos de Coimbra e Urbanos de Lisboa e Porto fora da área metropolitana.
No dia de estreia do novo passe, Miguel Pinto Luz, o ministro das Infraestruturas e Habitação, foi um dos primeiros a adquirir o novo título de transporte. O ministro esperou na fila na estação de Santa Apolónia para comprar o passe. Em declarações aos jornalistas no local, rejeitou falhas de comunicação na informação ao público sobre este passe. “Acho que houve Conselho de Ministros a partir daqui, a comunicação foi abrangente e clara”, disse à imprensa.
“Claro que temos de fazer mais, a CP está a comunicar, está a preparar comunicação”, acrescentou. “Vamos paulatinamente encontrar esse espaço.” Questionado pela Rádio Observador pelos relatos de passageiros em Santa Apolónia, que não vão adquirir o passe porque precisam de outras soluções de mobilidade, o ministro reconheceu que “é claro que [passe ferroviário] não tem uma abrangência nacional para toda a gente”. “Cada um escolhe e adapta a sua mobilidade às necessidades quotidianas. Vamos cada vez mais ter uma visão intermodal da oferta”, declarou.
Miguel Pinto Luz usou o passe ferroviário para validar uma viagem num comboio Intercidades da CP, que tinha como destino Braga. Porém, o ministro não fará a viagem completa, já que terminará o percurso em Santarém. Inicialmente, estava previsto que ministro fizesse a viagem apenas até à estação do Oriente, ainda em Lisboa.
9h. Passe Ferroviário Verde levanta dúvidas entre os passageiros
A utilização do Passe Ferroviário Verde, de 20 euros mensais, nos Intercidades prevê a reserva obrigatória de lugar com antecedência máxima de 24 horas, que tem de ser feita nas bilheteiras da CP ou máquinas de venda automática em Lisboa.
É permitido reservar lugar nos Intercidades, sem custos, no máximo para duas viagens distintas por dia.
Aquele passe não é válido nos serviços Alfa Pendular e Internacional Celta, nem na primeira classe dos serviços Intercidades e InterRegional.
O novo passe vai permitir andar em todos os comboios urbanos de Coimbra, mas nos de Lisboa e Porto só fora das respetivas áreas metropolitanas.
O passe tem o valor de 20 euros para 30 dias consecutivos de utilização, mas pode também ser adquirido para 60 e 90 dias, por 40 e 60 euros, respetivamente, e é carregado no Cartão CP que, segundo o ‘site’ da transportadora, tem um custo de seis euros (três euros para estudantes).
A CP vai ser compensada em 18,9 milhões de euros anuais, via contrato de serviço público com o Estado, pela perda de receita que vai ter com a entrada em vigor do Passe Ferroviário Verde. Aos jornalistas, o ministro das Infraestruturas e Habitação disse que “a CP será ressarcida até ao último cêntimo do que hipoteticamente poderá vir a perder”. “Até pode ganhar se aumentarmos a base de pagantes, até podemos reequilibrar as contas”, afirmou. ““[O Governo anterior, PS] fez o maior concurso público para aquisição de comboios jamais feito em Portugal, 117 comboios novos, que estão parados em tribunal numa litigância que dura há mais de um ano. Por todos os meios, a CP está a tentar libertar-se desse espartilho e andar para a frente com essa aquisição”, declarou.
Atualmente, um bilhete normal no serviço Intercidades para uma viagem de ida Lisboa — Porto, em segunda classe, custa 26,85 euros, ou seja, menos do que o valor do passe que entra esta segunda-feira em vigor.
Segundo o Governo, estima-se que este novo passe abranja 29,9 milhões de passageiros.
Passe ferroviário verde com 2.230 assinaturas até às 18h00
O passe ferroviário verde, que permite viagens ilimitadas em diversos serviços com um preço fixo, totalizou 2.230 assinaturas até às 18h00, no primeiro dia da sua comercialização, indicou a CP — Comboios de Portugal.
“Até às 18h00, foram vendidas 2.230 assinaturas deste novo passe”, anunciou, em comunicado, a CP.
(Informação atualizada às 18h00)