Sete pessoas morreram, no domingo, e várias ficaram feridas num ataque contra um estaleiro de construção no noroeste de Caxemira indiana, disseram esta segunda-feira autoridades e meios de comunicação social.
O ataque ocorreu em Gagangir, algumas dezenas de quilómetros a noroeste de Srinagar, a capital deste território disputado de maioria muçulmana onde o exército indiano luta contra uma insurreição separatista, num “projeto vital de infraestruturas”, disse o ministro dos Transportes Rodoviários indiano, Nitin Gadkari.
Omar Abdullah, o novo ministro-chefe do território que tomou posse na quarta-feira após as primeiras eleições autárquicas numa década, condenou o ataque de homens armados contra “trabalhadores não locais” e confirmou que “vários trabalhadores locais e não locais ficaram feridos”.
Os trabalhadores estavam envolvidos na escavação de um túnel entre Caxemira e a região de Ladakh, no extremo norte da Índia. Uma das sete pessoas mortas era um médico, avançou a agência de notícias indiana Press Trust of India.
De acordo com os meios de comunicação social locais, os atiradores dispararam armas automáticas a partir das colinas arborizadas próximas. A Índia e o Paquistão disputam a soberania de Caxemira desde 1947.
Cerca de 500.000 soldados do exército indiano estão destacados neste território predominantemente muçulmano para combater uma insurreição separatista que, desde 1989, já custou a vida a dezenas de milhares de soldados, rebeldes e civis.
Os separatistas mais radicais pedem a independência da parte indiana deste território dos Himalaias ou a fusão com o Paquistão. Nova Deli acusa regularmente Islamabade de apoiar e armar os rebeldes, o que este último nega.
Em 2019, o chefe do Governo ultranacionalista hindu revogou o estatuto semiautónomo do território dos Himalaias, de maioria muçulmana, sem aviso prévio, colocando o exército na rua e suspendendo todas as comunicações.
Há duas semanas, a oposição ao primeiro-ministro indiano Narendra Modi ganhou as eleições locais na parte indiana de Caxemira. Uma aliança composta pelo partido regional Conferência Nacional (CN) e pelo Congresso ganhou 48 dos 90 lugares na assembleia local e espera-se que forme o governo.