Até à última época, o Sporting nunca tinha conseguido ganhar em sete encontros na Áustria. Agora, em dois anos consecutivos, somou outros tantos triunfos frente ao Sturm Graz. No entanto, o facto de serem provas diferentes entre Liga Europa e Champions não foi a única diferença e, tão ou mais importante do que isso, a forma como a equipa conseguiu impor a sua forma de jogar para dominar em todos os parâmetros mostrou o processo de maturidade que os leões têm conseguido consolidar ao longo dos anos com Rúben Amorim. Se esta é ou não a melhor versão, ninguém diz de forma aberta mas os resultados apontam nesse sentido.

Com esta locomotiva todos os Santos ajudam (a crónica do Sturm Graz-Sporting)

Entre tudo isso, o Sporting fez história. Pela primeira vez os leões conseguiram passar sem derrotas os três primeiros encontros numa temporada na Liga dos Campeões, neste caso com duas vitórias (Lille e Sturm Graz) e um empate (PSV). Pela primeira vez os leões conseguem fazer três encontros consecutivos fora na prova sem consentir derrotas, com dois empates (Tottenham e PSV) e uma vitória (Sturm Graz). Tudo com mais um golo de Gyökeres, que marcou sempre que encontrou pela frente o conjunto austríaco e leva dois remates certeiros nesta edição da Champions, e com o 1-0 na primeira parte a ser marcado por Nuno Santos, esquerdino que marcou primeiro golo esta temporada e acabou por assumir “destaque” no final da partida.

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Recuemos o filme. Após a vitória frente ao AVS, Rúben Amorim falou de Nuno Santos e daquilo que pensava ser o seu “grande problema”. “O Nuno é um dos jogadores mais importantes desde que estamos cá, continua com a sua intensidade e continua com o seu grande problema: ele joga este jogo e joga o jogo passado em que não jogou. Acabou este e de certeza que já está a pensar se joga o próximo. Isso é um problema porque o afeta durante a semana, já lhe disse”, comentou o técnico. “Falo abertamente com vocês, não percebo porque é que vocês [jornalistas] se queixam. Tenho uma ligação especial com o Nuno. Dá sempre o máximo, antes da crítica eu disse que ele era um dos jogadores mais importantes, com grande intensidade e isso não foi falado. O que falei foi em relação à vida dele, não foi crítica nenhuma. O Nuno é inteligente e sabe que quando vocês o criticam quem o defende sou eu. Conhece-me há muitos anos e sabe que quando tenho de dizer certas coisa digo”, disse na conferência de imprensa seguinte para reforçar a mensagem deixada.

Agora foi a vez de Nuno Santos falar dessa questão, aproveitando a frase “Titular, um golo, melhor não se podia pedir” para “dissertar” sobre essa vontade de fazer sempre parte das opções iniciais. “Titular quero ser sempre. Se for ver os jogos que já fiz pelo Sporting, já estou a fazer [quase] 200 e mais de metade são a titular. É uma pergunta que vocês fazem todos os dias porque sabem que sou um jogador que quer jogar sempre, sou ambicioso, já passei por muito na vida e às vezes fico um pouco cansado que falem disso porque sou jogador de futebol e um jogador que não queira jogar a titular, não pode ser jogador de futebol. Fui titular, quero ser sempre titular nesta equipa, respeito todos os meus companheiros e vou lutar sempre por ser titular”, começou por dizer na zona de entrevistas rápidas da SportTV após o encontro.

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“Foi um jogo positivo da nossa parte, onde ganhámos 2-0 num campo difícil. Uma vitória muito boa e agora sábado temos mais para o Campeonato. Esperávamos estes pontos nesta fase porque acreditamos muito no nosso talento, na nossa qualidade. Temos um grupo fantástico, são cinco anos com o mister de grande entrega. Estamos a corresponder, a fazer uma época positiva. Temos sete pontos mas agora é ir jogo a jogo. Se este é o melhor Sporting desde que aqui estou? Não digo o melhor Sporting… Para mim, fazendo a quinta época aqui, sempre tive grupos diferentes, grupos fantásticos, com excelentes jogadores. Este ano é mais um grupo competitivo, cheio de talento, mais jovem que está aqui para dar cartas. Temos de continuar o nosso trabalho porque o caminho é longo até ao final da época”, acrescentou o esquerdino.

“Fomos maduros. Creio que demos um passo, comparando o jogo do ano passado, com uma equipa quanto a mim melhor. Cumprimos nas bolas paradas. Mesmo com a gestão na defesa, o Esgaio esteve muito bem e toda a gente esteve preparada. Foi uma vitória convincente. Entrada de Pote? Queríamos manter o ritmo do jogo, o Maxi [Araújo] estava bem mas queríamos dar minutos ao Pote e também as características dele. Ele é muito inteligente. Entrou também o Morita e correu tudo bem. Sete pontos em três jogos? Vamos ter jogos muito difíceis pela frente. Queremos ir ao playoff. O nosso objetivo é ir ao playoff, obviamente. Portanto, estamos mais perto”, destacou Rúben Amorim na flash interview da SportTV.