Investigadores da Universidade de Coimbra estão a participar num programa internacional para melhorar a eficiência energética na Europa, foi esta quarta-feira anunciado.

Em comunicado, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) informou que o Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) faz parte de um “consórcio internacional que pretende revolucionar o panorama da eficiência energética”, apostando em modelos de negócio que valorizem também “a flexibilidade do lado da procura”.

Aquele centro de investigação associado da FCTUC quer contribuir para “o desenvolvimento de novos serviços inteligentes que visam a otimização e redução dos consumos de energia de forma global”.

Na FCTUC, segundo a nota enviada à agência Lusa, a investigação prossegue no âmbito do BungEES – “Building Up Next-Generation Smart Energy Services Offer and Market Up-take Valorising Energy Efficiency and Flexibility at Demand-Side”, um projeto focado “na redução de consumos, mas também na integração de benefícios não energéticos, potenciando ainda mais a eficiência”.

“Um dos objetivos iniciais é identificar barreiras, sejam regulamentares, técnicas ou de mercado, que dificultam a aplicação em larga escala de serviços de eficiência energética de forma integrada. Neste âmbito, serão elaboradas recomendações a nível jurídico, financeiro e regulamentar para ajudar a superar estas barreiras e promover um mercado mais competitivo de serviços de energia”, afirmou o investigador do ISR Nuno Quaresma.

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O projeto abrangerá igualmente “as condições regulamentares que podem libertar o potencial total desses serviços, propondo, se necessário, reformas no mercado energético”.

Segundo Nuno Quaresma, citado na nota, “o principal foco do projeto é o desenvolvimento de um pacote integrado de serviços de eficiência energética, que combina a eficiência no consumo, a produção de energia distribuída, a resposta à procura, a mobilidade elétrica e o armazenamento” de energia.

O BungEES deverá integrar diferentes setores energéticos, como a eletricidade, o aquecimento e o arrefecimento, criando “soluções inovadoras de financiamento e recompensa para os consumidores mais eficientes”.

Estamos a criar um modelo de negócio que valoriza a eficiência energética e a flexibilidade do lado da procura, promovendo a comercialização de serviços de energia de forma integrada. Espera-se que este modelo facilite a vida dos consumidores e otimize a operação das empresas de serviços energéticos”, explicou Nuno Quaresma.

Entretanto, ao abrigo do BUNGEES, decorrem outros projetos-piloto em Portugal, Espanha e França, dois deles “em fase de recolha de dados em território português”, destacou.

Em Coimbra, “está a ser testada a gestão integrada de serviços de energia no setor residencial, nomeadamente a automatização do controlo de bombas de calor para climatização, mantendo o conforto dos utilizadores”.

O Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da FCTUC, por sua vez, desenvolve um projeto para “a gestão integrada de diversos serviços, como bombas de calor, carregamento de veículos elétricos, produção solar fotovoltaica e armazenamento de energia em baterias”, disse Nuno Quaresma.