O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto vai ter um centro de terapia do cancro com protões, técnica de radioterapia considerada inovadora, de maior precisão e com menos efeitos secundários do que a radioterapia convencional, foi anunciado esta quinta-feira.

Aquele que será o primeiro centro nacional de protonterapia contará com um apoio de 80 milhões de euros para compra de equipamentos, verba doada pela Fundação Amancio Ortega (FAO) ao IPO do Porto.

Quanto às infraestruturas do futuro Centro Nacional de Protonterapia (CNP), cuja concretização se estima num prazo de três a quatro anos, serão financiadas “quase na sua totalidade por fundos comunitários provenientes do Programa Regional Norte 2030”, lê-se na informação disponibilizada pelo IPO à Lusa.

A protonterapia, atualmente inexistente em Portugal, é considerada uma técnica de radioterapia inovadora e de maior precisão, com menos efeitos secundários do que a radioterapia convencional.

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O tratamento de doentes oncológicos com protões é apontado como especialmente relevante em doentes com longa sobrevivência, particularmente na população pediátrica.

O anúncio foi feito esta quinta-feira no IPO do Porto na cerimónia de assinatura do acordo de compromisso entre a FAO, o IPO do Porto e o Governo português, iniciativa que contou com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Na informação divulgada, o IPO destaca que a FAO tem sido responsável por um investimento impactante em Espanha em vários setores da sociedade, nomeadamente no Serviço Público de Saúde, com um expressivo apoio na renovação do parque tecnológico.

Atualmente, não é conhecida a existência em Portugal de equipamentos de terapia de protões públicos ou privados.

A FAO comprometeu-se junto do IPO do Porto a comprar dois aceleradores de protões.

Centro Compreensivo de Cancro reconhecido pela Organização Europeia de Institutos de Oncologia (OECI), e Centro de Investigação reconhecido pela FCT, o IPO do Porto completa este ano o seu 50.ª aniversário.

Montenegro vinca que foi o SNS que permitiu cortar tempo de espera nas cirurgias oncológicas

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, vincou esta quinta-feira no IPO do Porto que foi o Serviço Nacional de Saúde que permitiu encurtar os tempos de espera das cirurgias oncológicas, durante a cerimónia de anúncio do primeiro Centro Nacional de Protonterapia.

Conseguimos fazê-lo dentro do Serviço Nacional de Saúde. Mais de 99% das cirurgias de recuperação das situações em que esse tempo máximo tinha sido ultrapassado ocorreram dentro do perímetro de atuação do Serviço Nacional de Saúde, o que diz daquilo que são os princípios orientadores da política de saúde”, disse esta quinta-feira Luís Montenegro.

O chefe do Governo falava durante a cerimónia de assinatura de colaboração com a Fundação Amancio Ortega para a criação do Centro Nacional de Protonterapia, que a fundação espanhola equipará através de uma doação de 80 milhões de euros.

“Nós priorizámos a recuperação desses atrasos precisamente na área da oncologia, e em pouco tempo conseguimos eliminar que acontecesse, precisamente, o ultrapassar do tempo de resposta que a comunidade científica considera como o tempo máximo para acudir a uma necessidade dentro daquilo que é aconselhável”, frisou.

O primeiro-ministro considerou o novo centro esta quinta-feira anunciado como um exemplo institucional entre setores, expressando à fundação Amancio Ortega o “reconhecimento e gratidão do Governo de Portugal”, e por essa via do povo português.

Presidente do IPO diz a Montenegro que novo centro no Porto espelha “a força do SNS”

“Senhor primeiro-ministro, sendo a saúde afirmada como área prioritária deste Governo, eis aqui um exemplo da força do SNS e de como foi possível articular as instituições, galvanizar as vontades e obter os recursos necessários para viabilizar excecional e benéfico para a saúde dos portugueses”, referiu Júlio Oliveira esta quinta-feira no IPO do Porto.

O presidente da instituição falava na cerimónia de assinatura de colaboração com a Fundação Amancio Ortega para a criação do Centro Nacional de Protonterapia, que a fundação espanhola equipará através de uma doação de 80 milhões de euros.

Júlio Oliveira recordou os “bons ventos de abril”, mês em que se celebraram 50 anos tanto da Revolução dos Cravos como do próprio IPO do Porto, após cujo aniversário a direção se deslocou à Corunha, na Galiza (Espanha), rumo à sede da Fundação Amancio Ortega, dono do grupo Inditex.

Levámos um sonho e um desafio. Um sonho de procurar oferecer em Portugal ainda melhores e mais avançadas condições de tratamento para o cancro, redobrando a esperança dos portugueses, que depositam nesta instituição do Serviço Nacional de Saúde, e o desafio lançado à Fundação Amancio Ortega” de “replicar em Portugal o processo que em Espanha alavancou a criação de centros de protonterapia”, lembrou.

A protonterapia, atualmente inexistente em Portugal, é considerada uma técnica de radioterapia inovadora e de maior precisão, com menos efeitos secundários do que a radioterapia convencional.