A mostra, “a maior alguma vez feita em Portugal sobre a cultura hip-hop”, é inaugurada no sábado e “centra-se especificamente na história do rap, do breaking, do graffiti e do DJing no concelho de Almada e no Miratejo, já parte do Seixal, mas umbilicalmente ligado à cidade do Cristo Rei”, segundo a organização, em comunicado.
“Filhos do Meio — Hip Hop à Margem” apresenta peças, fotografias e vídeos “que ajudam a contar esta história”, “do mainstream ao underground, dos anos 1990 aos 2010, do Miratejo à Costa da Caparica, passando pelo centro de Almada e pelo Monte de Caparica”, e foi “construída por muitos ao longo de várias gerações”.
A organização salienta que a exposição “explica como a génese do hip-hop nesta região está intimamente ligada ao movimento espontâneo antirracista que surgiu na viragem dos anos 1980 para os 1990 como reação à presença opressora de skinheads neonazis, mostrando como o hip-hop foi fundamental para atribuir identidade e significado às classes trabalhadoras e racializadas da Margem Sul do Tejo”.
Integrada nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974 da Câmara Municipal de Almada, “Filhos do Meio — Hip Hop à Margem” também assinala os 30 anos dos primeiros discos de rap em português editados em Portugal: a coletânea “Rapública”, na qual figuram nomes como Boss AC, Family, Líderes da Nova Mensagem ou Zona Dread, “Portukkkal é um Erro”, de General D, e “More Than 30 Motherf***s”, dos Da Weasel.
A exposição “Filhos do Meio — Hip Hop à Margem”, com coordenação criativa do crítico e radialista Rui Miguel Abreu e do ‘rapper’ e produtor TNT, metade dos M.A.C. e um dos responsáveis da editora Mano a Mano, estará patente até 29 de março do próximo ano.
No âmbito da exposição, é editado um livro “com informação aprofundada e detalhada”, que estará à venda no Museu de Almada — Casa da Cidade, e será estreado em breve um documentário, realizado por Luís Almeida e produzido por Alexandra Oliveira Matos.
A inauguração da mostra, marcada para as 15:00 de sábado, inclui atuações dos ‘rappers’ Juana na Rap, Dni G e Tom Freakin Soyer e do DJ Fellaz, uma perfomance de breaking, com Mucha e CeeCee, e uma demonstração de graffiti, com Chase e Klit.
Além disso, um sábado por mês, “a música, a dança e o graffiti são os grandes pontos de partida para conversas e workshops dedicados ao tema central desta exposição”. O programa completo, ainda a ser delineado, será divulgado no ‘site’ oficial da Câmara Municipal de Almada.
A exposição “Filhos do Meio — Hip Hop à Margem” pode ser visitada de terça-feira a sábado, entre as 10:00 e as 13:00 e entre as 14:00 e as 18:00, no Museu de Almada — Casa da Cidade.