A incursão pela América do Norte trouxe o regresso da Ferrari ao domínio. No Texas, no Grande Prémio dos Estados Unidos, Charles Leclerc dominou desde a primeira volta e somou mais um triunfo em 2024, terminando à frente do companheiro de equipa Carlos Sainz. Max Verstappen (Red Bull) acabou por ficar na última posição do pódio e ganhou pontos a Lando Norris (McLaren) na corrida pelo título mundial, embora o monegasco da Scuderia se tenha aproximado.

O cavalo andou à solta no faroeste: Leclerc vence no Texas em nova dobradinha da Ferrari e relança luta pelo segundo lugar

Já esta semana o circo da Fórmula 1 rumou à altitude do Autódromo Hermanos Rodríguez, na Cidade do México, mas nem o circuito dominado pela Red Bull nos últimos tempos foi capaz de inverter a tendência registada na passada semana. Depois de ter sido discreto na Q1 e na Q2, Carlos Sainz mostrou todo o seu calibre na última sessão e alcançou a pole position, deixando Max Verstappen a dois décimos e Lando Norris a pouco mais de três décimos. Para além da pole, a qualificação trouxe as eliminações de Oscar Piastri (McLaren) e Sergio Pérez (Red Bull) na Q1 e um acidente a envolver Yuki Tsunoda e o companheiro Liam Lawson (RB) na Q2.

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“Estou muito contente, fiz duas voltas fantásticas. Muitas vezes, no México, temos sempre a sensação de que não conseguimos fazer uma boa volta completa e é extremamente difícil com a quantidade de deslizamentos que há. Mas, honestamente, as minhas duas voltas na Q3 foram praticamente idênticas, quase perfeitas. Fiz duas voltas realmente sólidas na Q3, suficientes para a pole, e estou muito contente porque normalmente não é esse o caso no México, devido ao facto de ser tão complicado. Desde Austin parece que, especialmente do meu lado, demos um passo em frente”, partilhou o espanhol da Ferrari na flash-interview.

Já o tricampeão do mundo, Verstappen, assumiu que a qualificação correu melhor do que esperava. “Claro que senti muita pressão depois de ter uma volta apagada. Na sexta-feira não fiz muitas voltas, por isso estávamos a tentar recuperar o atraso. O terceiro treino livre já não tinha sido muito bom, por isso já estava sob muita pressão para fazer uma boa qualificação. Depois, claro, o tempo da minha volta foi retirado, o que aumentou um pouco mais a pressão. Mas estou muito feliz por estar na primeira linha. Sinceramente não pensei que fosse possível”, reiterou o neerlandês.

E foi assim que chegámos ao 20.º Grande Prémio da temporada, o 400.º de sempre de Fernando Alonso (Aston Martin) na Fórmula 1, que viveu um dia especial este domingo, apesar de ter arrancando do 13.º posto. No início do Grande Prémio da Cidade do México, Sainz não arrancou bem e foi ultrapassado por Verstappen, mas o primeiro grande incidente apareceu quando Alex Albon (Williams) se embrulhou com Yuki Tsunoda (RB) e ambos acabaram fora da pista e da corrida, com o safety car a intervir.

No reatar da corrida, Verstappen acabou por ter problemas de regeneração no Red Bull e foi ultrapassado por Sainz. Na volta seguinte, Norris atacou o neerlandês, os dois saíram da pista e passou para a segunda posição, mas Leclerc acabou por aproveitar a guerra entre os dois, que transitou de Austin, e subiu ao segundo posto. Depois da investigação da direção de corrida, Verstappen acabou por sofrer uma penalização de dez segundos “por ter forçado outro piloto [Norris] a passar por fora da pista”, seguindo-se outra penalização de dez segundos por “sair de pista e tomar vantagem”, que o número um apelidou de “patética”. À 16.ª volta, Alonso despediu-se do México com problemas no monolugar, naquele que foi o seu primeiro abandono na presente temporada.

Com a vantagem dos Ferrari a aumentar progressivamente, a luta pelo terceiro lugar acabou por ganhar novos desenvolvimentos, apesar da dupla penalização, já que Max começou a sofrer com o desgaste dos pneus médios e Lando aproximou-se. O neerlandês aguentou e, na 27.ª volta, foi chamado à boxe para cumprir a penalização e colocar os pneus duros. Essa paragem acabou por levá-lo para o fim do pelotão, mas Verstappen começou a recuperação e, a meio da corrida, já estava à porta dos pontos. Na frente, Norris também parou para trocar para os duros e caiu para o quarto posto, atrás de George Russell (Mercedes), que também parou, à semelhança de Leclerc.

Na segunda metade da prova, Sainz e Leclerc mantiveram-se na frente, seguidos de Norris, Russell, Lewis Hamilton (Mercedes) e Verstappen. À passagem da 50.ª volta, os dois Mercedes protagonizaram uma luta interessante pela quarta posição e o britânico viria a levar a melhor. À sua frente, Norris conseguiu aproximar-se de Leclerc, fez a volta mais rápida e partiu para cima do monegasco que, no fim da 62.ª volta, perdeu o controlo do monolugar e saiu da pista no início da reta da meta, embora sem consequências de maior.

Apesar da aproximação do McLaren, Carlos Sainz continuou a controlar a corrida e alcançou a quarta vitória da sua carreira, a segunda do ano e a quinta da Ferrari em 2024. Lando Norris terminou a 4,705 segundos e Charles Leclerc a 29,682, vencendo ainda a batalha final pela volta mais rápida frente ao Red Bull de Pérez. Lewis Hamilton e George Russell fecharam o top 5, com Max Verstappen a surgir no sexto lugar.

Nas contas do Campeonato de pilotos, Verstappen continua na liderança, mas viu descer a vantagem para Norris, já que o britânico está agora a 47 pontos do britânico (362 contra 315). No terceiro lugar continuar Leclerc, agora com 291 pontos, seguindo-se Piastri (251) e Sainz (240). No que respeita ao Mundial de construtores, a Red Bull caiu para o terceiro lugar, tendo agora 512 pontos. A McLaren lidera com 566, seguida da Ferrari, com 537 pontos. Ambas as lutas prometem e o próximo capítulo está reservado para São Paulo, no Brasil, já na próxima semana.