O Presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, propôs este domingo um cessar-fogo de dois dias entre Israel e o Hamas. O objetivo, explicou, é permitir uma troca de reféns israelitas e prisioneiros palestinianos e abrir caminho para conversações entre os dois lados com vista a um cessar-fogo permanente. Já nesta segunda-feira, um alto responsável do Hamas garante que a organização está aberta a fechar um acordo de cessar-fogo, nas negociações que estão a ser reiniciadas em Doha (capital do Qatar).

O líder egípcio apresentou os termos gerais da proposta numa conferência de imprensa no Cairo, ao lado do Presidente da Argélia. Sugeriu, segundo a Al Jazeera, que quatro reféns israelitas fossem libertados em troca de um grupo de prisioneiros palestinianos detidos em Israel. Não especificou, contudo, o número de palestinianos a entregar.

A proposta de Al-Sisi é que, se o cessar-fogo de dois dias se aguentar, ambos os lados tenham dez dias para negociar um cessar-fogo permanente e permitir a entrada urgente de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

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A proposta foi divulgada num dia em que se previa que começassem em Doha, no Qatar, negociações para um cessar-fogo em Gaza e libertação de reféns. A nova ronda, com participação dos Estados Unidos, Israel e o Qatar, já começou, noticiou nas últimas horas a CNN, citando uma fonte diplomática com conhecimento do processo.

Hamas está aberto a fechar acordo de cessar-fogo

Husam Badran, membro do gabinete político do Hamas sediado no Qatar, afirmou num comunicado divulgado pela agência de notícias Shehab (pró-Hamas) que um acordo é possível.

“As nossas exigências são claras e conhecidas, e um acordo pode ser alcançado, desde que Netanyahu continue comprometido com o que já foi acordado”, afirmou o responsável, sem ficar claro se estes comentários dizem respeito à proposta egípcia de um cessar-fogo de dois dias em Gaza para trocar quatro reféns israelitas por alguns prisioneiros palestinianos, seguido de 10 dias de conversações.

Esta é a primeira ronda de negociações em mais de dois meses. Surge pouco depois da morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, que foi descrita pelos EUA como uma “oportunidade única” para se conseguir um cessar-fogo.

O chefe da israelita Mossad, David Barnea, voou para Doha no domingo para alinhar posições com o diretor da CIA, Bill Burns, e o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani.

Segundo o gabinete do primeiro-ministro qatari, os responsáveis ​​vão discutir “as várias possibilidades de reiniciar as negociações para a libertação de reféns do cativeiro do Hamas, com base nos desenvolvimentos recentes”.

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