O grupo Mercedes anunciou os resultados financeiros do 3.º trimestre de 2024 e não foram bons. Embora a facturação tenha caído apenas 4,7%, os lucros EBIT (antes de juros e impostos) baixaram 32,1%, o lucro líquido desceu 31,4% e a distribuição de lucro por acção, o mais importante para os investidores, foi cortada em 27,2%.
A marca da estrela tem investido numa série de veículos eléctricos, mas todos eles são concebidos como uma adaptação de modelos que nasceram para montar motores a combustão. Tal obriga a ter uma frente mais comprida, a qual é desnecessária para veículos eléctricos, que têm mecânicas mais compactas, o que permite para o mesmo comprimento exterior conceber habitáculos maiores. Mas a realidade é que os EQA, EQB, EQE, EQE Suv, EQS, EQS Suv, Classe G eléctrico e os furgões EQT e EQV configuram uma gama de modelos a bateria notável. Porém, ainda assim, as vendas deste tipo de carros diminuíram 31% no Q3 de 2024.
Aparentemente, há um certo paralelismo entre a redução das vendas de veículos eléctricos da Mercedes e a rentabilidade da marca. As vendas totais da marca Mercedes não sofreram muito, uma vez que caíram somente 1,4%. Contudo, no mesmo trimestre, os lucros (EBIT) deste que é um dos mais reputados construtores europeus tropeçaram 63,8%.
Os veículos comerciais da Mercedes também estiveram aquém do esperado, tanto na versão de carga como os vocacionados para o transporte de passageiros. A facturação proporcionada por estes modelos caiu 6,7%, mas os lucros EBIT diminuíram 48%, o que indicia um maior esforço comercial (descontos e promoções), para escoar o produto. A distribuição de lucros do grupo Mercedes pelos accionistas caiu praticamente o mesmo, ou seja, 47,5%.