A Cuga, que substitui o nome da empresa Varandas do Sousa, está a investir três milhões de euros em linhas de produção e refrigeração e prevê aumentar a produção de cogumelos para 6,4 mil toneladas em 2026. A empresa é detentora de 85% do mercado nacional de cogumelos e possui unidades de produção em Benlhevai, concelho de Vila Flor (Bragança), Vila Real e Paredes (Porto).
“Os diferentes cogumelos que produzimos na região Norte são superalimentos, saudáveis e saborosos, mas que não têm ainda a presença que merecem à mesa dos portugueses”, afirma, citado em comunicado, Nuno Pereira que desde o final de 2023 é o presidente executivo (CEO) da Cuga, ex-Varandas do Sousa.
O objetivo nesta nova fase da empresa, anunciada esta terça-feira, é colocar o “consumo dos cogumelos em Portugal ao nível dos países mais desenvolvidos, inspirando os portugueses para os introduzirem nas suas receitas culinárias”.
A previsão de aumento de vendas, revelado pela Cuga, “é de 50% até ao final de 2026”, o que significa “saltar da atual produção de 4,5 mil toneladas anuais para 6,5 mil toneladas em dois anos”.
A empresa está a investir cerca de três milhões de euros na requalificação das suas linhas de produção e na refrigeração de todas as etapas dos produtos, garantindo, assim, a integridade da cadeia de frio e a qualidade e frescura dos cogumelos.
O que se pretende é que, uma hora depois de colhidos, todos os cogumelos estejam arrefecidos e mantenham a mesma temperatura até serem disponibilizados aos consumidores nas prateleiras dos supermercados.
No comunicado, a empresa realça que quer “dinamizar a categoria alimentar dos cogumelos frescos em todo o país, torná-los mais acessíveis aos portugueses através de novas linhas de produtos e, com isso, colocar a sua presença na dieta nacional ao nível dos países do centro e do norte da Europa”. Nuno Pereira garante que o foco da empresa nos próximos anos será o mercado nacional.
É em Portugal que está o grande potencial de crescimento”, defende o CEO, que refere que, por “falta de uma estratégia de segmentação e de organização de produto, o consumidor nacional até hoje não sabe bem como utilizar, nem quando”.
Para inverter esta situação, até ao final do ano os novos produtos da empresa irão chegar às prateleiras dos supermercados organizados em segmentos, com explicação do tipo de cogumelos, em embalagens que terão um código QR com sugestões de receitas para a sua confeção.
Para além da segmentação dos cogumelos por tipos e da criação de categorias premium, a Cuga irá ter ofertas sazonais dirigidas às receitas típicas de Natal ou da Páscoa, às saladas e aos pratos de verão e a outras ocasiões.
Cláudia Ferra, responsável de produto da Cuga, sublinha, também citada no comunicado, que “do ponto de vista nutricional são [os cogumelos] um alimento excelente com um baixo valor calórico, mas uma grande riqueza de vitaminas e minerais e um interessante valor proteico para uma fonte não animal”.
“Os cogumelos possuem diversos aminoácidos essenciais, algum conteúdo de fibra, nomeadamente hemiceluloses e pectinas, e apreciáveis quantidades de antioxidantes”, referiu.
A Cuga é um upgrade do investimento que a sociedade gestora CoRe Capital fez em 2020 na empresa, através do seu primeiro fundo, o CoRe Restart. Este fundo, que salvou a Varandas do Sousa (ex-Sousacamp) da insolvência, foi criado pela sociedade de Nuno Fernandes Thomaz, Martim Avillez Figueiredo e Pedro Araújo e Sá e foi desenhado para recuperar empresas históricas, com peso relevante nas economias locais do interior do país.