O saldo das administrações públicas foi de 5.705,2 milhões de euros até setembro, o que representa um salto face a agosto, quando o excedente do Estado se tinha fixado em 475,5 milhões de euros. Os dados foram publicados esta quinta-feira pela Direção-Geral do Orçamento (DGO).

Excedente orçamental recua para 475,5 milhões de euros até agosto

Face ao mesmo período do ano passado houve uma descida acentuada, mas que é influenciada pela transferência dos fundos de pensões da Caixa Geral de Depósitos. Esta operação de 3.018 milhões de euros não tem impacto no saldo que vale em contas nacionais.

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Mesmo sem esse efeito, a síntese da execução orçamental indica que o saldo positivo encolheu 1609,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, fruto de um aumento maior da despesa, de 11,1%, do que da receita, que cresceu 4,3%. Ajustado ao efeito da transferência dos fundos de pensões, o aumento da receita foi de 8,2%. Esta subida, refere a DGO, reflete o aumento de 5,3% da receita fiscal e de 9,8% da receita contributiva (9,8%). Já as receitas não fiscal e não contributiva aumentaram 16,2%.

Do lado da receita, destacam-se as subidas da receita de contribuições para a Segurança Social, mais 9,8%, e das receitas não contributivas, mais 16,2%. Já a cobrança de impostos cresceu 5,3% até setembro, muito à boleia do IRC, que teve um crescimento 23,8%.

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A despesa foi pressionada pelos aumentos das transferências, mais 12,5%, pelas despesas com pessoal de mais 7,9% e com a aquisição de bens e serviços, mais 10,8%. As transferências refletem os encargos com pensões e abonos e que foram alvo de atualização no regime da Segurança Social. Esta evolução ainda não incorpora o impacto do suplemento extraordinário das pensões pago em outubro.

Já a evolução nas despesas com pessoal (7,9%) “reflete o impacto da medida geral de atualização das remunerações, transversal a todos os trabalhadores em funções públicas, da medida especial de aceleração das carreiras e da evolução verificada nas carreiras ligadas aos setores da saúde e da educação”.

A subida da despesa com a aquisição de bens e serviços (10,8%) “reflete particularmente a evolução no Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente a aquisição de medicamentos e a prestação de serviços de saúde”.

A DGO refere que “excluindo o impacto orçamental das medidas extraordinárias, a despesa efetiva e a despesa primária apresentaram, respetivamente, crescimentos de 11,4% e 11,5%”.