A entidade dedicada ao estudo e divulgação da obra do artista que morreu em 2018 está a reunir informação sobre as pinturas deste período, criadas em óleo, acrílico, guache, aguarela, colagem ou outro meio, sobre tela, papel ou outro suporte.
Este terceiro volume do “Catálogo Raisonné” de Júlio Pomar (1926-2018), um dos criadores de referência da arte moderna e contemporânea portuguesa, pretende dar continuidade aos dois volumes anteriores, coordenados pelo crítico de arte Alexandre Pomar e publicados pela editora francesa Éditions de La Différence, em 2004.
O projeto tem como responsáveis as historiadoras da arte Rita Salgueiro e Joana Baião, contando novamente com a colaboração de Alexandre Pomar, segundo o AMJP.
O terceiro volume da obra “incluirá unicamente pinturas, e pretende abarcar as últimas décadas de produção de Júlio Pomar, permitindo uma leitura sistematizada da totalidade da sua obra”.
Para Sara Antónia Matos, diretora do Atelier-Museu, citada no comunicado, “a realização de um Catálogo Raisonné é um projeto fundamental para um museu monográfico como o Atelier-Museu Júlio Pomar, exigindo um extenso trabalho de investigação que aprofunda a sistematização da obra no seu todo”.
“O terceiro volume deste catálogo abre ainda mais a possibilidade de uma reflexão sobre as várias relações internas e caminhos abertos pela obra deste artista para a posteridade”, sublinha ainda a responsável, apelando à colaboração de todas as instituições, públicas ou privadas, e a colecionadores que possuam pinturas do artista, realizadas entre 1985 e 2018.
A recolha de informação decorre até ao dia 01 de junho de 2025, tendo o Atelier-Museu disponibilizado um formulário na sua página ‘online’ (ateliermuseujuliopomar.pt) para que as suas obras possam ser incluídas no catálogo.
O Atelier-Museu, que Júlio Pomar ainda viu ser inaugurado, em 2013, tutelado pela Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC/Lisboa Cultura) tem vindo a realizar exposições da obra do artista e em diálogo com outros criadores, assim como a publicar catálogos e apoiar a investigação sobre o artista.
Pintor e escultor, nascido em Lisboa, Júlio Pomar morreu aos 92 anos, deixando uma obra multifacetada — na pintura, escultura, colagem, azulejo, desenho — percorrendo mais de sete décadas, influenciada pela literatura, a resistência política, o erotismo, o fado e viagens, como à Amazónia, no Brasil.