Três derrotas consecutivas. Em menos de uma semana, o Manchester City perdeu com o Tottenham na Taça da Liga, perdeu com o Bournemouth na Premier League e perdeu com o Sporting na Liga dos Campeões, sofrendo três derrotas consecutivas pela primeira vez desde abril de 2018. A goleada imposta pelos leões foi mesmo o pior resultado dos citizens nos últimos quatro anos — um dado que torna o momento atual num dos mais complexos para Pep Guardiola desde que chegou a Inglaterra.

Este sábado, o Manchester City visitava o Brighton e tinha obrigatoriamente de ganhar para colocar um ponto final no período menos conseguido e não permitir que o Liverpool descole ainda mais na liderança da Premier League. Depois de ter sido muito claro na conferência de imprensa em Alvalade, onde se limitou a dar os parabéns ao Sporting e teve poucas justificações para a exibição, Guardiola antecipou a deslocação ao sul de Inglaterra com a ideia de que continua a confiar na equipa.

“Podem dizer-me que tivemos 20 minutos maus contra o Fulham, podem dizer-me que fomos maus contra o Bournemouth, mas fomos bons nos outros jogos. Logo, somos bons. Vamos ver o que acontece. Conheço o clube há nove anos e já provámos muitas vezes aquilo de que somos capazes. A minha opinião sobre os jogadores não muda. Estas fases acontecem, às vezes, e temos de as perceber. Claro que não estamos habituados a perder três jogos seguidos. Mas é futebol, aconteceu. Vamos resolver, espero eu”, disse o treinador espanhol na antevisão da partida.

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Ora, neste contexto e ainda sem Rúben Dias e John Stones, Guardiola lançava Gündoğan e Phil Foden no apoio a Haaland, com Matheus Nunes e Savinho a surgirem também no onze e De Bruyne e Bernardo a começarem ambos no banco. Do outro lado, num Brighton que vinha de três jogos seguidos sem ganhar, Fabian Hürzeler tinha Danny Welbeck e Georginio Rutter no ataque, com Mitoma a ser também titular e João Pedro na condição de suplente.

O Manchester City foi dominador praticamente desde o início, causando muitos calafrios ao guarda-redes Bart Verbruggen, e acabou por abrir o marcador ainda antes da meia-hora. Na sequência de uma transição rápida letal, Kovacic descobriu Haaland no corredor central e o avançado aguentou a pressão adversária para rematar à saída de Verbruggen e marcar (23′), beneficiando de um desvio no próprio guarda-redes e também da ajuda do poste. O avançado poderia ter bisado logo depois, acertando também no poste (26′), e o City foi mesmo para o intervalo a vencer o Brighton pela margem mínima.

Fabian Hürzeler mexeu logo ao intervalo, trocando Yasin Ayari por Carlos Baleba, e o Brighton voltou do balneário claramente melhor e desde logo com uma oportunidade de golo, já que Ederson parou um cabeceamento de Jack Hinshelwood com uma enorme defesa (52′). Mitoma também ficou muito perto de marcar, num outro lance em que Ederson foi novamente crucial (68′), e Guardiola fez as primeiras substituições já nos últimos 20 minutos para lançar Bernardo e De Bruyne.

Até que o esforço do Brighton — e a ausência de resposta do City — trouxe consequências. João Pedro empatou na sequência de uma jogada muito confusa na área de Ederson (78′) e Matt O’Riley, pouco depois, apareceu na cara do guarda-redes brasileiro a marcar para carimbar a reviravolta (83′). E até ao fim, até porque os citizens terminaram a segunda parte sem qualquer remate enquadrado, já nada mudou.

O Manchester City perdeu em casa do Brighton e sofreu a quarta derrota consecutiva, algo que nunca tinha acontecido na carreira de Pep Guardiola e que pode deixar o Liverpool com cinco pontos de vantagem na liderança de Premier League. A hecatombe que poucos antecipavam, o possível fim de uma era que poucos esperavam, está aí e continua. E o momento do City já não é só preocupante — é trágico.