A Autoridade de Gestão de Fronteiras (BMA) fechou o ponto de entrada fronteiriço do Lebombo (norte) depois de receber “relatos de veículos em chamas no lado moçambicano” daquela fronteira.

Aquele posto foi reaberto na sexta-feira à circulação de pessoas e hoje à circulação de carga, informou a BMA.

“Temos o prazer de anunciar que os sistemas moçambicanos foram restaurados e as atividades de processamento foram retomadas no posto de controlo ao quilómetro quatro do lado moçambicano”, disse o comissário da BMA, Michael Masiapato.

A autoridade aconselhou os viajantes a serem “cautelosos e a manterem-se informados sobre a evolução da situação ao planearem viagens para Moçambique”.

O encerramento foi decretado após as manifestações pós-eleitorais convocadas pela oposição para protestar contra alegadas fraudes nas eleições gerais de 09 de outubro.

O candidato presidencial Venâncio Mondlane, que tem promovido os protestos depois de concorrer como independente às eleições, mas com o apoio do Partido Popular Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Vamos), reivindicou o “direito cívico e constitucional de manifestação” da população.

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O número de mortes devido à repressão policial aos protestos ocorridos desde 21 de outubro subiu para 34, segundo os últimos dados publicados pelo Centro para a Democracia e os Direitos Humanos (CDD).

Desde essa data, Mondlane convocou dias de greve geral e mobilizações contra as alegadas irregularidades nas eleições e o assassinato, a 18 de outubro, de um advogado e líder do Podemos.

O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique, em 24 de outubro, dos resultados das eleições, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, partido no poder desde 1975, na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

Embora o dia eleitoral de 09 de outubro tenha decorrido com calma, a missão de observação da União Europeia confirmou “irregularidades” na contagem dos votos, enquanto o presidente da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), Dom Inácio Saure, denunciou “graves fraudes” na votação.