O Queijo de ovelha amanteigado da Queijaria Quinta do Pomar, da freguesia de Soalheira, concelho do Fundão, foi considerado o melhor do mundo no ‘World Cheese Awards 2024’, entre cerca de 4.800 queijos.

Na sua página, a organização do concurso — Guild of Fine Food — anuncia que “um queijo de leite de ovelha macio e de colher, feito por um queijeiro espanhol em Portugal, foi eleito o melhor queijo do planeta nos ‘World Cheese Awards’ 2024”.

Depois de terem sido apreciados 4.786 queijos de 47 países, o Queijo de ovelha amanteigado da Quinta do Pomar reuniu a maior pontuação de 240 jurados de 40 países, com especialistas na área dos queijos, como tecnólogos e avaliadores de queijos, bem como retalhistas e compradores, ‘chefs’ e jornalistas.

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“Feito com leite de ovelha cru e coalho de cardo vegetariano (conhecido como cardo), o queijo vencedor é consumido habitualmente cortando a parte superior e retirando com uma colher a sua pasta quase líquida”, refere a organização.

A final dos ‘World Cheese Awards’, que se realiza pelo 36.º ano, decorreu pela primeira vez em Portugal, na cidade de Viseu.

O diretor do Guild of Fine Food, John Farrand, afirmou que “os queijeiros portugueses deixaram o seu país orgulhoso”. Citado na sua página, o responsável acrescentou que o “queijo campeão do Mundo é típico da região centro de Portugal, extraordinário por ser feito com cardo em vez de coalho convencional”.

O Município do Fundão, no distrito de Castelo Branco, felicitou publicamente a Queijaria Quinta do Pomar, “pela conquista extraordinária no ‘World Cheese Awards 2024′”.

“Esta distinção é o reconhecimento da excelência dos produtos endógenos do concelho do Fundão”, rematou.

Queijos do Reino Unido terão ficado presos na alfândega e falharam competição

No meio de quase 5 mil queijos, houve quem se apercebesse que, por entre as mesas da competição, faltavam alguns exemplares. Os queijos em falta pertenciam ao Reino Unido, que terá visto os exemplares que enviou para a competição em Viseu a ficarem presos na alfândega. De acordo com o jornal britânico The Guardian, podem ter sido afetados 252 queijos de 67 fabricantes britânicos.

“Os motivos não são claros para mim, na sexta-feira ainda estávamos a tentar perceber o que se passava e o que estava errado, mas não tivemos sucesso”, disse ao mesmo jornal John Farrand, diretor da Guild of Fine Food, acrescentando que os queijos vindos da África do Sul, do Japão e de países da América do Sul, que “tipicamente são muito mais difíceis de importar”, puderam competir. “Antes do Brexit, isto não seria um problema. Isso é um facto”, afirmou.

Apesar de não ser incomum que, por vezes, certos países não consigam fazer com que os seus queijos cheguem à competição, John Farrand garantiu que todos os anos a Guild of Fine Food recebe uma licença especial para importar queijos para a competição e que os produtores de queijo britânicos cumpriram todas as condições.

“É devastador. O Reino Unido está a passar por uma mudança incrível no que diz respeito ao queijo. Há uma quantidade incrível de trabalho árduo por partes destes produtores que estão a colocar o queijo artesanal de volta no mapa. É muito, muito triste”, lamentou James Grant, co-fundador do Real Cheese Project.

“O que isto realmente mostra é que é muito difícil exportar queijo após o Brexit. A Guild terá feito tudo o que estava ao seu alcance para que isso acontecesse, mas se alguém na fronteira decidir que algo não está bem, ou interpretar mal um papel, tudo se desmorona”, disse Sam Wilkin, produtor das variedades yarlington e rollright.