O PSD na Assembleia Municipal de Lisboa pediu uma auditoria aos procedimentos sobre o aluguer do auditório daquele órgão para evitar que volte a decorrer um evento como o de um grupo ultranacionalista, repudiando este acontecimento.

“Tendo-se realizado nas instalações da Assembleia Municipal de Lisboa, a Casa da Democracia da cidade, no passado dia 2 de novembro, um encontro de um grupo de jovens assumidamente neonazi, que defende publicamente o regime do Estado Novo e glorifica ideias e personagens do regime nazi, o PSD não pode deixar de expressar o seu mais profundo repúdio por tal acontecimento”, pode ler-se num comunicado do grupo municipal do PSD.

Grupo neonazi alugou sala da Assembleia Municipal de Lisboa e realizou evento com 100 pessoas

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O PSD requereu este domingo uma auditoria aos procedimentos em vigor relativos ao aluguer do auditório da sede da Assembleia Municipal de Lisboa para que seja possível identificar “as falhas a corrigir” e assim evitar que isto se volte a repetir.

Para os deputados municipais do PSD “se os serviços da AML admitem ter sido ludibriados com o pedido de aluguer da sala, alegadamente feito sob falso pretexto e utilizando indevidamente” o nome de um partido, é preciso apurar o que aconteceu.

O grupo ultranacionalista Reconquista negou na sexta-feira ter-se feito passar por um coletivo de jovens do Chega para alugar a sede da Assembleia Municipal de Lisboa (AML), onde realizou o seu congresso, com a presença de convidados neonazis.

A notícia de neonazis reunidos na sede da AML foi avançada pelo jornal Expresso e motivou já a apresentação de um requerimento urgente por parte dos deputados municipais do BE a exigirem à presidente da AML, Rosário Farmhouse (PS), um esclarecimento sobre a autorização do congresso daquele grupo no Fórum Lisboa, em 02 de novembro.

O também fundador do movimento disse que desde o princípio se identificaram, nunca tendo dito serem “do Chega”, porque “não havia qualquer razão para o fazer”.

“A Reconquista nunca mentiu à câmara sobre os oradores presentes e os seus temas, nem sobre o teor do evento, algo que se pode provar em sede própria pela consulta dos ‘e-mails’ trocados entre as partes”, escreveu, em comunicado, a organização.

Além disso, assume-se como “nacionalista, tradicionalista e futurista”, recusando “a ideologia neonazi que foi falsamente atribuída ao movimento”.

No ‘site’ da AML, a mesa deste órgão deliberativo do município esclareceu que o Fórum Lisboa, onde têm lugar as reuniões da AML, “são cedidas quotidianamente às mais diversas entidades para a realização de eventos, de natureza académica, cultural, política, religiosa, comercial”, entre outras.

A Lusa questionou o grupo municipal do Chega na AML, que remeteu esclarecimentos para o dirigente da Juventude Chega, Rui Cardoso, tendo este afirmado que o partido não tinha conhecimento deste evento, nem esteve envolvido na marcação e organização do mesmo.