Podia ser o ponto alto da carreira para um, podia ser a conclusão perfeita do melhor ano da carreira do outro. Taylor Fritz e Jannik Sinner enfrentavam-se na final do ATP Finals, no último jogo do circuito em 2024, e discutiam um troféu que nenhum dos dois havia conquistado — no fim, sem espaço para grandes surpresas, o italiano fez xeque-mate e carimbou o capítulo final de um ano de sonho. 

Na reedição da recente final do US Open, onde Jannik Sinner também derrotou Taylor Fritz, o italiano voltou a vencer o norte-americano em dois sets (6-4, 6-4). Em Turim, a jogar em casa e com um apoio muito audível nas bancadas da Inalpi Arena, o jovem tenista demonstrou superioridade logo no primeiro set apesar do claro equilíbrio e subsistia a ideia de que tudo o que Fritz fazia bem, Sinner fazia melhor. No segundo, apesar de o norte-americano até ter começado a ganhar, o número 1 do ranking não abriu a porta a grandes indecisões e fechou a final, tornando-se o primeiro italiano de sempre a ganhar o troféu.

O italiano de 23 anos, que consolidou assim a liderança do ranking ATP, derrotou Taylor Fritz depois de já ter vencido Alex de Minaur, o próprio Fritz e Daniil Medvedev na fase de grupos e eliminado Casper Ruud nas meias-finais. Já o norte-americano, que nunca tinha chegado à final do ATP Finals, também derrotou De Minaur e Medvedev na fase de grupos, para além de ter perdido com o próprio Sinner, e afastou Alexander Zverev nas meias-finais.

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Com a vitória deste domingo, para além de ter conquistado o ATP Finals pela primeira vez, Jannik Sinner vingou-se da desilusão de há um ano, quando perdeu a final para Novak Djokovic em dois sets sendo que, na altura, o tenista sérvio revalidou o título depois de já o ter alcançado também em 2022. O italiano juntou o último Masters do ano ao Open da Austrália e ao US Open, para além de ter chegado às meias-finais de Roland Garros e de ter conquistado outros sete títulos, e fechou da melhor maneira aquele que foi indubitavelmente o ano mais importante da carreira até agora.

Não é possível esquecer, porém, que este também foi o ano em que Jannik Sinner foi e é o protagonista de um escândalo de doping que ainda não está decidido. A Agência Mundial Antidoping colocou um recurso face à decisão de não sancionar o italiano depois de este ter testado positivo para doping duas vezes, o Tribunal Arbitral do Desporto ainda não decidiu e o tenista, já durante esta semana, mostrou-se “positivo em relação ao resultado”.

“É fantástico. Foi uma semana fantástica para mim. É o primeiro troféu que conquisto em Itália e isso significa muito para mim. Estou muito feliz com isso. É algo muito, muito especial. Tentei perceber o que funciona melhor com cada adversário, tentei jogar o meu melhor ténis. Foi essa a chave. Foi um torneio muito bem conseguido da minha parte. Houve alturas em que não podia mesmo ter jogado melhor”, começou por dizer o italiano, sendo que este foi o primeiro ATP Finals desde 2001 a não contar com Roger Federer, Rafa Nadal e Novak Djokovic, já que o sérvio não marcou presença devido a lesão a abriu a porta à presença de De Minaur.

“Taylor, quero dar-te os parabéns por mais uma semana incrível. Foste muito consistente ao longo da temporada. Tu e a tua equipa trabalharam muito para estar nesta posição. Continua, estás no caminho certo”, acrescentou Jannik Sinner, que se tornou o primeiro desde Ivan Lendl, em 1986, a ganhar a competição sem perder qualquer set, o primeiro tenista nascido no século XXI a conquistar o troféu e ainda o primeiro desde Andy Murray, em 2016, a vencer em casa.

Com a conclusão do ATP Finals, também o ranking ficou absolutamente fechado até ao final de 2024. Jannik Sinner é o óbvio líder, seguido de Alexander Zverev e Carlos Alcaraz, e a verdade é que muito mudou desde há um ano: Taylor Fritz foi mesmo quem mais subiu, de 10.º para quarto, enquanto que Hubert Hurkacz deu o maior trambolhão, de nono para 16.º. Novak Djokovic é atualmente 7.º do ranking ATP, entre Casper Ruud e Andrey Rublev, e o top 10 encerra com Alex de Minaur e Grigor Dimitrov.