Tudo indica que o Xiaomi SU7 acelera melhor do que que trava e alguns clientes descobriram esta característica da pior forma. Mais conhecida pelos seus telemóveis, a chinesa Xiaomi é um dos mais recentes fabricantes de automóveis eléctricos e se tem no mercado apenas um modelo, a berlina SU7 (disponível de momento em três versões que serão reforçadas, em breve, por uma ainda mais desportiva), a realidade é que este veículo eléctrico causou algum impacto (ou mesmo terror) na concorrência europeia. A gama actual do SU7 inclui as versões normal (denominada somente SU7), SU7 Pro e SU7 Max, estando a caminho a SU7 Ultra, que bateu os Porsche Taycan Turbo S e o Taycan GT na volta mais rápida ao circuito de Nürburbring.
Enquanto o SU7 Ultra não começa a ser entregue a clientes, o que está agendado para o primeiro trimestre de 2025, a berlina mais potente da Xiaomi é o SU7 Max, que monta dois motores que totalizam 673 cv, alimentados por uma bateria com 94,3 kWh, o que lhe permite atingir 265 km/h, passar pelos 100 km/h ao fim de 2,8 segundos e prometer uma autonomia de 800 km. As versões normais e Pro do SU7 montam apenas um motor de 299 cv e uma bateria com 73,6 kW/h, na primeira versão, e 94,3 kWh, na segunda.
Xiaomi, que conhecemos dos telemóveis, quer bater Porsche e Tesla
A imprensa chinesa e uma série de vloggers denunciaram uma série de deficiências nos Xiaomi, que vão desde uma capacidade de aceleração aquém do anunciado até uma travagem de emergência menos eficaz do que o construtor reivindica, passando por outros problemas que pode ver abaixo no vídeo do China Observer. Mas o defeito mais grave, pela perigosidade que envolve, recai sobre os travões, incapazes de parar o SU7 durante uma utilização intensiva. A Xiaomi sempre associou a imagem do seu SU7 Max a uma condução em pista e foi exactamente nestas condições que muitos acidentes aconteceram, sendo evidente no vídeo que os Xiaomi ficam sem travões, seja por excesso de aquecimento ou por degradação extrema do material de fricção.
A Xiaomi reagiu a estas acusações afirmando que o SU7 Max não foi concebido para ser utilizado em pista, não especificando onde é que um comprador do veículo pode explorar os 265 km/h que a marca anuncia. O construtor chinês avança ainda que os travões funcionam perfeitamente numa condução na via pública, não reconhecendo que o problema pode ser atribuído ao facto de montar discos de pequeno diâmetro para a potência (e eventualmente mal ventilados), bem como pastilhas de travão de superfície demasiado reduzida, incapazes de transformar em calor a energia cinética. A Autopian salienta que os travões Brembo instalados no SU7 Max montam pastilhas mais pequenas do que o substancialmente menos potente — mas seguro — Honda CR-V, um SUV vocacionado para a família e sem aspirações desportivas.