A Câmara de Braga vai gerir em 2025 o seu maior orçamento de sempre, no valor de 242 milhões de euros, um documento que foi, esta segunda-feira, aprovado pela maioria PSD/CDS-PP, com os votos contra da oposição.

Para o presidente da Câmara, Ricardo Rio, trata-se de um montante histórico [o orçamento de 2024 é de 195 milhões de euros], que vai permitir a concretização de muitos projetos que foram sendo adiados, designadamente em escolas, equipamentos de saúde e culturais e mobilidade.

“São projetos que se vão materializar, esta é mesmo a frase chave”, sublinhou o autarca, em resposta à oposição, que considerou que o plano e orçamento contemplam “um conjunto de promessas”, muitas das quais impossíveis de concretizar.

Rio admitiu ter consciência de que alguns projetos não ficarão concluídos em 2025 e ironizou que vai deixar uma agenda pesada para o seu sucessor, que “terá de passar o seu primeiro ano de mandato em inaugurações”.

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O PS, pela voz do vereador Artur Feio, disse que o plano e orçamento contemplam “um conjunto de promessas absolutamente impensáveis” e muito dificilmente concretizáveis, assumindo-se, por isso, como documentos “ilusórios” resultantes do “afã” de final de mandato.

Feio disse ainda que ficam de lado projetos que os socialistas consideram prioritários, como a variante do Cávado ou o Estádio 1.º de maio.

Além disso, apontou Artur Feio, o orçamento “apenas” tem 300 mil euros para o parque eco-monumental das Sete Fontes.

Na área da cultura, enumerou projetos adiados, como a Torre de Menagem, a Casa dos Crivos, o Museu da Imagem ou o Media Arts Center no antigo Cinema S. Geraldo.

Segundo o PS, onde vai haver um investimento forte será em propaganda e festas.

“Ricardo Rio ficará na história como o presidente das festas e festinhas”, referiu.

O vereador da CDU, Vítor Rodrigues, apontou outros projetos que considera prioritários e que não constam no orçamento, como a remunicipalização da empresa de água e saneamento (Agere), o realojamento das famílias do bairro do Picoto ou a variante do Cávado.

A nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), a intermodalidade dos transportes públicos e melhores condições de trabalho para os jardineiros municipais são outras das questões que Vítor Rodrigues queria ver priorizadas no orçamento.

“Os investimentos mais profundos são ao nível da rede viária”, disse o vereador comunista, apontando que se continua a ver uma cidade e um concelho “dominados pelo betão e pelo alcatrão” e considerando que “é urgente inverter este rumo”.

A maioria PSD/CDS-PP sublinha que o plano plurianual de investimentos ascende a 86,9 milhões de euros, reforçado por sete milhões de euros de apoio direto às freguesias, totalizando um investimento previsional de 90,9 milhões de euros, “também este o maior de sempre”.

“Este esforço estratégico visa consolidar Braga como uma referência nacional e internacional em qualidade de vida, inovação e coesão social”, acrescenta.

Segundo a maioria, o orçamento de 2025 “reforça os alicerces para uma cidade que forma, capta e retém talento, promovendo oportunidades para todas as gerações”.

Em 2025, Braga ostenta o título de Capital Portuguesa da Cultura, contando com uma dotação de 12,8 milhões de euros para o plano cultural.

A valorização do património cultural conta com um valor orçamental de cerca de 10,5 milhões de euros, com projetos como a Musealização das Carvalheiras, a construção do Media Arts Center, a requalificação da Casa dos Crivos e Museu da Imagem, a conservação do Mercado do Carandá, o Centro de Atividades de Lamaçães, a reconstrução da Capela de São Victor e espaço envolvente e a requalificação do Museu dos Biscainhos e Mosteiro de Tibães.