Depois de, em Agosto, recomendar aos seus clientes que não recarregassem as baterias dos seus I-Pace a mais de 80%, devido ao risco de incêndio, aconselhando-os ainda a não estacionarem em casa ou em garagens, mas sim no exterior, a Jaguar deu mais um passo em frente visando a segurança de quem confiou nos seus produtos. À falta de uma solução permanente para o risco das baterias, o construtor inglês decidiu comprar as 2760 unidades do I-Pace que correm o risco de arder espontaneamente.
É um facto que a Jaguar é responsável pelos veículos que vendeu aos clientes, mas não é menos verdade que há outras entidades responsabilizáveis pelo material que forneceram ao construtor britânico. É o caso dos sul-coreanos da LG Chem, que produzem as células para formar os packs das baterias do I-Pace, ou os austríacos da Magna Steyr, que conceberam o SUV inglês em colaboração com a Jaguar e o produzem antes de o enviar para a marca britânica.
O problema das baterias que a LG forneceu à Jaguar é antigo — como aconteceu com a Hyundai e a Kia —, mas agora ganha outra importância, uma vez que o construtor inglês decidiu abandonar a produção de modelos equipados com motores de combustão, concentrando-se apenas em modelos eléctricos a bateria a partir de 2026. Isto obriga a Jaguar a certificar-se que esta tecnologia não é um problema.
A Jaguar não divulgou em que mercados foram comercializadas as 2760 unidades do I-Pace equipadas com baterias problemáticas, nem as versões em causa. Daí que não seja conhecido o número de veículos transaccionados especificamente na Europa e, muito menos, os que circulam actualmente nas mãos de condutores portugueses.