Os líderes de 43 partidos sem assento no parlamento da Guiné-Bissau propuseram, esta terça-feira, ao Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, que crie um quadro para “mais diálogo nacional”, anunciou Malam Sissé, presidente do Partido Africano para Paz e Estabilidade Social (PAPES).
O líder do PAPES falava aos jornalistas à saída de uma audiência que Sissoco Embaló concedeu, esta terça-feira, a líderes de 43 partidos sem assento parlamentar, com os quais abordou a marcação da data das eleições legislativas.
De acordo com o líder do PAPES, na reunião ficou acordado que o Presidente “deve continuar a dialogar” com as forças vivas do país, nomeadamente, juntando, na mesma mesa, “todos os partidos legalmente constituídos” na Guiné-Bissau.
“É preciso juntarmo-nos à mesma mesa, os partidos com assento e sem assento parlamentar, para podermos, juntos, encontrar um entendimento que possa ser o mais benéfico possível para o país, não do interesse de um partido ou de grupo de partidos”, afirmou.
Malam Sissé disse ser entendimento “unânime de quase todos os presentes” na reunião, no palácio da Presidência em Bissau, de que Umaro Sissoco Embaló deverá abrir “mais diálogo nacional” antes de marcar a data das próximas eleições legislativas antecipadas.
Na semana passada, o Presidente guineense auscultou, em audiências separadas, as cinco formações políticas representadas no parlamento por si dissolvido em dezembro de 2023.
Malam Sissé adiantou que Umaro Sissoco Embaló se mostrou aberto à proposta, mas também exortou os guineenses a pautarem-se por “um diálogo sério”.
“O Presidente afirmou que todos os guineenses devem pautar por um diálogo sério para que possa marcar a data das eleições num quadro de paz”, sublinhou Sissé, que falava em nome dos demais partidos presentes na reunião.
Em nome do seu partido, o líder do PAPES apelou à classe política, em particular, e aos guineenses, no geral, a “pararem e pensarem” no país.
“Que os políticos pensem que não é apenas as eleições que ajudam o país a avançar”, defendeu Malam Sissé, exortando os políticos para um debate cordial e sereno.
Malam Sissé, presidente de um instituto universitário em Bissau, é atualmente diretor-geral das grandes empresas no Ministério das Finanças.
Sissé defendeu que “é preciso estabilizar o país e só depois realizar eleições” legislativas.
O Presidente da República tinha marcado para 24 de novembro eleições legislativas antecipadas, que adiou a 20 dias da data, alegando falta de condições para a realização do ato eleitoral.
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