O legado de Mário Soares no seu centenário é lembrado na revista de reflexão política do PS “Portugal Socialista” com contributos, entre outros, do líder do partido, um número dedicado também ao tema do Sindicalismo, Democracia e Progresso Social.
Este novo número da revista “Portugal Socialista” é, esta quarta-feira, apresentado na Fundação Mário Soares e Maria Barroso, em Lisboa, uma sessão que conta com a presença do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que escreve sobre o centenário do antigo Presidente da República e histórico líder do PS.
À agência Lusa, o diretor da publicação, Porfírio Silva, adiantou que esta revista “está numa nova vida” e voltou à sua publicação regular e em papel com a edição de maio dedicada aos temas europeus, sendo a intenção voltar à periodicidade semestral.
No testemunho do secretário-geral do PS, intitulado “100 anos de coragem — a vida e o legado de Mário Soares”, destaca-se que “Soares foi muito mais do que um fundador e líder do PS” já que “foi um pilar da democracia, um defensor incansável da liberdade e um símbolo da coragem contra a opressão”.
“O seu exemplo inspirador permanece fundamental, especialmente num mundo onde as democracias enfrentam novos desafios e ameaças. Soares não apenas fundou o PS, mas deu-lhe sentido e alma, construindo um partido que colocou a liberdade, a igualdade e a solidariedade no centro da ação política”, enfatizou.
Para o líder do PS, o exemplo de Soares “deve inspirar as futuras gerações a lutar pela preservação e aprofundamento da democracia”.
“Soares deixou-nos um legado de valores e um país profundamente transformado; o desafio que se nos coloca é garantir que essa herança permaneça viva e que os seus princípios continuem a orientar a construção do nosso futuro”, apelou.
O testemunho da filha, Isabel Soares, com o título “Mário Soares, Meu Pai”, a reflexão do antigo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, sobre “Os cem anos de Mário Soares nos cinquenta do 25 de Abril” e um texto sobre “Mário Soares e o combate à ditadura nas páginas do Portugal Socialista” de Pedro Marques Gomes, investigador da Fundação Mário Soares e Maria Barroso, completam a dimensão testemunhal desta edição.
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No seu editorial, Porfírio Silva referiu que esta revista de reflexão política comemora “quem foi, o que fez” e o que deixou de legado Mário Soares, “aquele que foi o impulsionador da criação e o líder histórico deste Partido Socialista” e “trouxe do século XX para o século XXI na grande aventura de uma democracia madura e integrada, de pleno direito, na Europa”.
“Acreditamos que o líder histórico do nosso partido nos acompanharia na convicção da importância do outro tema destacado deste número da revista de reflexão política dos socialistas: Sindicalismo, Democracia e Progresso Social”, considerou.
Sobre este tema, a revista conta com os contributos da antiga ministra do Trabalho Maria Helena André, do antigo secretário de Estado Miguel Cabrita, dos sindicalistas da CGTP-IN Carlos Trindade e Fernando Gomes, da investigadora Cristina Rodrigues, do sociólogo João Freire e do presidente da Tendência Sindical Socialista, Mário Mourão.
Porfírio Silva referiu que “a ligação ao mundo do trabalho e a importância que a liberdade sindical teve no conjunto das lutas de Mário Soares a seguir ao 25 de Abril é uma ligação inequívoca”, sendo um tema “importante na história como é no futuro” dos socialistas.
Na capa da revista, pode ver-se uma fotografia a preto e branco de Mário Soares com uma edição do Portugal Socialista na mão, que era o órgão da Ação Socialista Portuguesa e que passou a ser o do PS após a fundação do partido.